Suplente de Itamar que assumirá vaga no Senado, ocultou fazenda de R$ 60 milhões, é investigado por lavagem de dinheiro

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Zezé Perrella (PDT), que assumirá vaga no Senado com a morte de Itamar, integra o time dos suplentes enrolados com a Justiça. Presidente do Cruzeiro, é alvo do Ministério Público e da PF por   irregularidades na venda de jogadores e na evolução de seu patrimônio. Ele ocultou  fazenda de R$ 60 milhões.

Conhecido empresário e cartola em Minas, tendo cumprido mandatos na Assembleia e na Câmara dos Deputados, Perrella declarou à Justiça Eleitoral patrimônio modesto  encolhido entre 2006 e 2010 -de R$ 724 mil para R$ 490 mil agora.

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O suplente de Itamar, José de Oliveira Costa, o Zezé Perrella (PDT), está sendo investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais, que analisa sua evolução patrimonial. Mais conhecido por presidir o clube Cruzeiro, Perrella ocultou de seu patrimônio uma fazenda localizada em Morada Nova de Minas e avaliada por corretores em cerca de R$ 60 milhões.

A Fazenda Guará é uma filial da empresa Limeira Agropecuária e Participações Ltda., cujas cotas foram transferidas para três filhos (95%) e um sobrinho de Perrella. O ex-deputado alega que transferiu as cotas há oito anos e tenta rechaçar as suspeitas, que são muito graves.
 
Vista aérea da Fazenda Guará, de Zezé Perrella, localizada no município de Morada Nova de Minas

Na última declaração de bens entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Perrella informou patrimônio de apenas R$ 490 mil. Na eleição de 2006, quando foi eleito deputado estadual, o presidente do Cruzeiro declarou à Justiça Eleitoral bens no valor de R$ 724,5 mil.
 Vista da Fazenda Guará, em Morada Nova de Minas, propriedade de Perrella avaliada em R$ 60 milhões

Agora, o presidente do Cruzeiro vai tomar posse no Senado no lugar de Itamar Franco, o que demonstra a importância de haver uma modificação na reforma político-eleitoral, para evitar a existência de suplentes. Seria muito melhor se, no caso, houvesse uma nova eleição.

PF vai apurar se Perrella lavou dinheiro na Fazenda Guará

Policiais desconfiam de desvio de dinheiro na venda de jogadores do time; fazenda vale R$ 60 milhões

A Polícia Federal (PF) abriu no dia 6 de junho inquérito para investigar indício de lavagem de dinheiro na compra e incorporação de benfeitorias da Fazenda Guará, controlada pela família Perrella. Segundo o suplente de senador e presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella (PDT), responsável pela compra em 1999, a Fazenda Guará pertence hoje aos seus dois filhos e um sobrinho, que têm o controle acionário da Limeira Agropecuária e Participações Ltda, a mesma firma usada por Perrella para comprar a propriedade há 12 anos.

Suspeito de enriquecimento ilícito na gestão do Cruzeiro, não é a primeira vez que Zezé Perrella se torna alvo da PF. Em 2010, o cartola foi indiciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas na negociação do zagueiro Luisão, titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2010. A iniciativa de investigar a fazenda veio depois que o Hoje em dia revelou, aqui , a existência da propriedade, avaliada em R$ 60 milhões.

Nos próximos dias, segundo a PF, Zezé Perrella será chamado para prestar esclarecimentos sobre a compra e a incorporação de terras da Fazenda Guará. Por estratégia de investigação, a data do depoimento será mantida em sigilo.

A pedido da PF, as declarações de Imposto de Renda (IR) de Zezé Perrella entregues à Receita na última década também serão analisadas pelos federais.

Desta vez, em vez de fazer pente-fino nos direitos federativos de jogadores de futebol, a PF vai se concentrar na Fazenda Guará, uma propriedade cinematográfica, localizada às margens da represa de Três Marias, perto da cidadezinha de Morada Nova de Minas, a 300 Km de Belo Horizonte. Adquirida por Perrella por módicos R$ 360 mil, teve o controle acionário repassado há cerca de oito anos para parentes próximos, entre eles o filho mais velho, Gustavo Perrella (PDT), eleito deputado estadual na eleição de 2010.

Empresa pulou de R$ 1mil para R$ 59 milhões

Para dificultar o rastreamento dos direitos federativos dos jogadores negociados para o exterior, os valores ocultados nas supostas negociações de fechada com o Central Espanhol Futebol, um time sem nenhuma expressão do Uruguai, voltaram irregularmente para o Brasil e teriam sido pulverizados na contabilidade de empresas de fachada supostamente controladas por Zezé Perrella e seu irmão, Alvimar Perrella, que também já foi presidente do Cruzeiro.

A pedido da Polícia Federal (PF), a Justiça decretou a quebra de sigilo bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas supostamente ligadas aos cartolas.


O resultado do pente fino é intrigante. De acordo com a PF, somente uma das empresas - a Cruzeiro Licenciamentos Ltda, obteve um salto enorme em suas finanças, pulando de irrisórios R$ 1 mil para R$ 59 milhões, no período de 1999 a 2003.


Além da Cruzeiro Licenciamentos, os federais rastrearam a EMS Indústria Farmacêutica, Pan American Footbal Investiment Licenciamentos, Cruzeiro Sports Licensing Company, Carlos Eduardo Sanches e Luiz Eugênio Araújo Miller Filho.


Aberto em 2006 pelo Ministério Público Estadual, o inquérito nº 1541 foi parcialmente concluído em abril do ano passado, com o indiciamento de Perrella e Alvimar na negociação do zagueiro Luisão. Como envolvia indício de crime financeiro, a investigação foi parar na PF.


Tanta demora nos procedimentos tem uma justificativa: o processo teve a sua tramitação paralisada no Tribunal de Justiça, que entendeu que o MPE não tinha competência para investigar clubes de futebol. Tempos depois foi reaberto, mas como Perrella tinha imunidade parlamentar a documentação foi remetida para Brasília.


Durante as investigações da venda de Luisão, Perrella e Alvimar foram convocados para prestarem esclarecimentos na delegacia da PF. Zezé não compareceu no interrogatório. Alvimar compareceu, mas permaneceu em silêncio.

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