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Mostrando postagens de abril, 2014

O ANTI-JUIZ

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Leandro Fortes Essas pessoas que idolatram Joaquim Barbosa, essas pessoas horríveis que veem nesta triste figura uma chance de se vingar do mundo que odeiam, da vidinha medíocre que levam, essas pessoas vivem um paradoxo vulgar. São, em sua maioria, analfabetos políticos e recalcados sociais que sonham com o porrete de um sádico como única forma de remissão. Vivem nesse espectro político onde convivem, em um inferno particular, o ódio de classe, o egoísmo social, a intolerância ideológica e o racismo. E justamente aí reside esse paradoxo essencialmente moral: Barbosa, indicado para o STF por ser negro, homem de origem pobre, vítima de todo tipo de preconceito, deveria representar exatamente o contrário de tudo que nele veem os que dele fazem um guru dessa seita de loucos e reacionários. Ao mandar prender os réus da AP 470 em 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, e, agora, mandar reencarcerar José Genoíno em 1º de Maio, Dia do Trabalhador, Joaquim Barbosa não trabalha ape

LULA ERROU: JULGAMENTO DO "MENSALÃO" FOI 100% POLÍTICO

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LEONARDO ATTUCH Nunca uma verdade quase absoluta dita por um ex-presidente feriu tanto a elite brasileira. E esta verdade só não foi completa porque Lula errou na matemática, quando concedeu 20% de julgamento técnico à Ação Penal 470 Se você, caro leitor, ainda acredita na tese de que o julgamento da Ação Penal 470 foi estritamente técnico, pense no caso de Simone Vasconcelos, ex-gerente financeira de uma agência de publicidade de Marcos Valério. Ou em Vinícius Samarane, um funcionário de segundo escalão do Banco Rural. Esqueça, por um momento, os nomes de réus notórios, como José Dirceu, José Genoino e Roberto Jefferson. Tente agora responder, com franqueza e honestidade intelectual: por que, afinal, Simone e Vinícius estão presos, como se fossem bandidos de alta periculosidade? Ambos são personagens mequetrefes da engrenagem que ficou conhecida como "mensalão". Não têm qualquer glamour, mas foram incluídos, na peça inicial de acusação, como integrantes do núcleo

Você é capaz de enxergar o outro na internet ou apenas se vê no espelho?

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Leonardo Sakamoto Um amigo jornalista defende a tese de que uma parcela das pessoas não está na internet para se informar, mas apenas para poder discutir. Para elas, tudo o que precisam saber já teria sido ensinado na escola, na igreja, na família ou passado pelo telejornal da noite. Em muitos casos, a pessoa até descobre que a posição do autor ou da autora faz sentido mas, frustrada por uma vidinha bem sem graça, precisa extravasar em algo. Daí texto vira saco de areia. Às vezes, o negócio vai tão no automático que basta identificar o nome de quem escreveu e, muito superficialmente, o tema para começar a soltar preconceitos loucamente. E bate, bate, bate, descontando raiva. Raiva que, na verdade, sente de sua própria condição mas, na maioria das vezes, não percebe. Porque, como ouvimos aqui e ali, “eu não sou louco para ter que fazer terapia ou análise “. Particularmente, não me importo em ser sparing de comentarista de internet. É claro que torço par

A LEI DAS MÍDIAS E O COCÔ JOGADO NA TELA DA GLOBO

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DAVIS SENA FILHO no BRASIL 247 Os acontecimentos contra a repórter Bete Luchesi representam a falta de regulação do setor de mídias, bem como significam o inconformismo de milhões de brasileiros que não votam nos candidatos da imprensa corporativa Pois é, meus companheiros, como as coisas mudaram neste País. Há alguns anos e, principalmente, no decorrer das manifestações de junho do ano passado, os repórteres e o pessoal de apoio da Rede Globo de Televisão tiveram problemas sérios para cobrir os protestos que eles, equivocadamente, abraçaram como se deles participassem. Ledo engano. Ao tempo em que os manifestantes protestavam contra "tudo o que está aí", ou seja, contra o Lula, a Dilma Rousseff e o PT, os repórteres da Globo foram, paulatinamente, compreendendo que o buraco era muito mais embaixo do que eles pensavam. Logo passaram a ser contestados nas ruas e a ouvir gritos e palavras de ordem contra a Globo. Todavia, os repórteres e cinegrafistas continuavam

DIRCEU, HOMEM-TESTE

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Esforço de Joaquim Barbosa para impedir Dirceu de exercer um direito saiu do plano racional -- e isso é mais perigoso do que parece Paulo Moreira Leite É inacreditável que, no Brasil de 2014, se tente levar a sério – por um minuto – o pedido de investigar todas ligações telefônicas entre o Planalto, o Supremo, o Congresso e a Papuda entre 6 e 16 de janeiro. A rigor, o pedido de investigação telefônica tem um aspecto terrorista, como já disse aqui.  Implica em invadir poderes -- monitorar ligações telefônicas é saber quem conversou com quem mesmo sem acessar o conteúdo da conversa -- e isso o ministério público não tem condições de fazer antes que o STF autorize a abertura de um processo contra a presidente da República.  O que queremos? Brincar de golpe? Criar o clima para uma afronta aos poderes que emanam do povo?  Quem leva a sério o pedido de monitorar telefones do Planalto, com base numa denúncia anonima, sem data, nem hora nem lugar conhecido -- o qu

Os escândalos que assombram a canonização de João Paulo II

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João Paulo II, o papa que promoveu e encobriu pedófilos e violadores da Igreja, recebeu, ao mesmo tempo em que João XXIII, a canonização. Eduardo Febbro no Carta Maior Vítimas, que vítimas? – perguntou o cardeal Velasio de Paolis. E acrescentou: “Não são apenas estas vítimas”. Depois houve um silêncio de corpo e alma e o olhar um tanto perdido do superior geral dos Legionários de Cristo, nomeado em 2010 para esse cargo pelo então papa Joseph Ratzinger. À pergunta de de Paolis se seguiu uma resposta: as vítimas não eram só os milhares de menores que sofreram com os apetites sexuais das batinas hipócritas, mas também o próprio Vaticano. As vítimas não eram unicamente os menores ou adultos abusados e violentados pelo padre Marcial Maciel, o fundador dessa indústria dos atentados sexuais que foi, durante seu mandato, o grupo dos Legionários de Cristo. A vítima era a Santa Sé, que foi “enganada”. João Paulo II, o papa que, entre outros horrores, promoveu e encobriu pedófilos e vio

Tiros da Globo saem pela culatra

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Miguel do Rosário - reproduzido no Tijolaço Reproduzo abaixo um post que publiquei hoje no Cafezinho : Globo não consegue dar o golpe do “documento exclusivo” A Petrobrás teve sorte. Como o leitor já sabe, o Globo teve acesso a documentos confidenciais da Petrobrás sobre a refinaria de Pasadena. O máximo que encontraram foi um saque de US$ 10 milhões de uma corretora ligada à refinaria. A Petrobrás já explicou o saque, em seu blog, que começa a apresentar tímidos sinais de vida. O saque foi normal. Ao mesmo tempo, a matéria de ontem do Globo, cujo objetivo era apenas detonar a Petrobrás, dá uma informação, no meio da matéria, sem destaque, que é a grande novidade para nós, brasileiros: o faturamento da refinaria apenas em 8 meses de 2010, janeiro a agosto, foi de US$ 2,2 bilhões, ou seja, quase ou mais que R$ 5 bilhões! Esses números nos permitem ter uma visão completamente diferente de Pasadena. No início, quando estourou o escândalo, não sabíamos de nada. A imprensa

Aécio: um mito em decomposição

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 Luis Carlos da Silva Entrevista do marqueteiro de Aécio ao Valor Econômico. É tanta mentira que “nem Jesus salva” As eleições gerais de 2014 serão amargas para Aécio Neves, independentemente de seus resultados. O mito de superfície criado em torno de seu ativismo político vai cair como um castelo de cartas. Ele sairá do processo eleitoral conhecido. E talvez seja essa uma de suas duras derrotas. A entrevista de seu marqueteiro, Paulo Vasconcelos, ao Valor Econômico (16/04/2013, na íntegra, abaixo), é um dos saborosos materiais que expõe a vacuidade do neto de Tancredo Neves, em termos políticos e eleitorais. É um material que, sobretudo, desqualifica o peso do tucanato paulista, inventando um super herói mineiro. Ele teve voto, e muito voto, nas últimas eleições? Sim. À base de uma poderosa máquina de promoção pessoal, no controle da imprensa mineira e num processo inédito de cooptação política, acadêmica e empresarial. Antes disso, o que se fala dele é blefe. Desmontando os número

ILEGALIDADES EM SÉRIE TORNAM CARICATO NOSSO STF

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DANIEL QUOIST As picuinhas são muitas, abusadas, intoleráveis e rotineiras. E com relação ao apenado José Dirceu as contas do rosário de ilegalidades parecem infindas O STF sob a presidência de Joaquim Barbosa se transformou num verdadeiro hospício: ninguém entende ninguém, as leis são descumpridas de forma escancaradas e ao fim e ao cabo a suprema Corte se apequenou a ponto de lembrar claramente esses juizados de pequenas causas. Todo santo dia o STF de Joaquim Barbosa está pendurado nas manchetes da mídia amiga e parceira dos tempos em que os holofotes pareciam parte interessada no ofício de julgar. As picuinhas são muitas, abusadas, intoleráveis e rotineiras. E com relação ao apenado José Dirceu as contas do rosário de ilegalidades parecem infindas. E é o mais emblemático exemplo de uma Corte absolutamente desgovernada e avessa a observância de princípios jurídicos e modos condizentes à urbanidade. E isso seria o mínimo a se esperar de uma instância maior do P

Batata de 'O Globo' assa com manchete falsa. Jurídico da Petrobras precisa ir pra cima.

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Amigos do Presidente Lula O jornalão "O Globo" impresso de madrugada estampou a manchete falsa:  "Escândalo de Pasadena: Auditoria descobre saque de US$ 10 milhões sem registro". É falsa, porque registro é posterior ao próprio saque, e a reportagem descreve outra coisa. Saque sem registro é sinônimo de desfalque ou de caixa dois ou algo parecido. Uma acusação gravíssima, que o próprio texto da reportagem desmente. Horas depois, o jornalão deve ter sentido que pesou a mão ao fazer campanha política demotucana e já suavizou o título no site na internet para evitar processos. A Manchete passou a ser "Auditoria mostra que US$ 10 milhões saíram de conta de Pasadena com autorização verbal". Autorização verbal de um saque nada tem a ver com "sem registro". Com certeza há registros contábeis e financeiros nos próprios extratos. Até você pode autorizar verbalmente um resgate no seu banco da poupança para a conta corrente por telefone, e e

Senador que fala em 'ética' é réu em 11 processos por corrupção

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Paulo Nogueira Nome de estádio e conta bloqueada pela justiça Uma figura regional ganhou notoriedade nacional ontem na patética discussão travada em torno do Marco Civil entre Aécio e Lindbergh Farias no Senado, imortalizada num vídeo que viralizou na internet. Era o senador Mário Couto, do PSDB do Pará. Ele saiu correndo em direção de Lindbergh, dedo em riste numa gesticulação histérica. Tomou a defesa de seu colega de partido, e a cena poderia terminar em pugilato se não interviessem ali. Couto é a chamada chave de cadeia, e é revelador do sistema político e jurídico nacional que ele ocupe ainda uma cadeira no Senado, da qual profere, não raro, do altpo de sua ficha corrida pesada, inflamados pronunciamentos pela ética e contra a corrupção. A biografia de Couto é rica. Algum tempo atrás, uma mulher numa pequena cidade do Pará entrou com um processo contra ele depois de ter sido chamada – contou ela – de “macaca” e coisas do gênero. No processo, ela disse que a razão da f

OPOSIÇÃO COMEÇA A PERDER EM PASADENA

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Paulo Moreira Leite Dados dos últimos dias mostram que a compra da refinaria norte-americana foi um negócio menos feio do que se divulgou O governo mostrou-se desarticulado e dividido no debate sobre Pasadena, assunto que a população acompanha de olhos atentos – justamente por compreender o lugar da Petrobrás no desenvolvimento do país. Ocorreram acusações e cobranças que só beneficiam os adversários de Dilma-Lula. O balanço de três semanas de denúncias mostra que aí reside o maior risco. O debate sobre a compra de Pasadena (eu acho esquisita essa mania de falar Pasadíiina, com pronuncia inglesa para uma palavra castelhana) está ficando mais claro do que parecia no início.  E isso não é bom para a oposição, que queria transformar o negócio no escândalo de entrada da sucessão presidencial. Não sou especialista em petróleo e por isso evitei fazer comentários e observações antes da poeira baixar. Diante dos dados surgidos nos últimos dias, a pura lógica