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Mostrando postagens de novembro, 2015

O que o procurador não procurou: Cerveró levou propina da Alstom durante o governo FHC; Brasil engavetou investigação, mas Suiça confiscou dinheiro

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Jânio Freitas, na Folha, sugerido pelo FrancoAtirador - Publicado no Viomundo Delcídio para nós As dúvidas sobre a propriedade da prisão de Delcídio do Amaral, decretada por cinco ministros do Supremo Tribunal Federal, vão perdurar por muito tempo. Assim como a convicção, bastante difundida, de que a decisão se impôs menos por fundamento jurídico e equilíbrio do que por indignação e ressentimento com a crença exposta pelo senador, citando nomes, na flexibilidade decisória de alguns ministros daquele tribunal, se bem conversados por políticos. Às dúvidas suscitadas desde os primeiros momentos, estando o ato do parlamentar fora dos casos de prisão permitida pela Constituição, continuam tendo acréscimos. O mais recente: Delcídio planejou a obstrução judicial que fundamentou a prisão, mas não a consumou. E entre a pretensão ou tentativa do crime e o crime consumado, a Justiça reconhece a diferença, com diferente tratamento. A sonhadora reunião de Delcídio até apressou a delação pr

A cor da consciência: quem tem medo do 20 de novembro?

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Num país em que um líder negro lutando contra a escravidão tem sua cabeça decepada para servir de contraexemplo, a consciência tem que ter cor, sim. Hélio Menezes* no Carta Maior Em 20 de novembro de 1695, após anos de resistência contra as tentativas sucessivas de destruição do quilombo que então liderava, Zumbi foi capturado e assassinado. O governador da capitania de Pernambuco da época, Caetano de Melo e Castro, diante da morte do último líder do Quilombo dos Palmares (o maior dos muitos quilombos que se espalharam pelo Brasil desde o século XVI), escreveu a Pedro II, rei de Portugal: “Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares.” O recado estava dado: com efeito, a cabeça de Zumbi foi exposta em praça pública no Pátio do Carmo, em Recife, par

“Chega de notícias ruins”: a sinceridade da última coluna de um apresentador da Globo

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Kiko Nogueira no DCM É certo que a Globo News está realizado o que se chama eufemisticamente de “reestruturação” — aka, demitindo. No mês passado, foi o apresentador Eduardo Grillo, que trabalhava no canal desde o início, em 1996. Agora chegou a vez de Sidney Rezende, que integrava o estafe há 18 anos. “Ao dar a notícia de que o contrato não seria renovado, Ali Kamel, diretor de jornalismo e esporte, fez questão de enaltecer para Sidney Rezende a sua qualidade profissional e o excelente desempenho dele nos muitos anos que trabalhou para a TV Globo”, diz um comunicado oficial publicado no dia 13 (sexta). Também é certo que a última coluna que Rezende escreveu em seu blog, datada de 12 de novembro, é intitulada “Chega de Notícias Ruins” . Poderia ser endereçada a praticamente todo o time de articulistas da Globo. Ei-la: Em todos os lugares que compareço para realizar minhas palestras, eu sou questionado: “Por que vocês da imprensa só dão ‘notícia ruim’?” O questionamento por si s

Parabéns, atingimos a burrice máxima

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A “baranga” Simone de Beauvoir e a importância de um livro que ensina a conversar com fascistas ELIANE BRUM no EL PAIS   Simone de Beauvoir. / ARQUIVO Mais mulheres são assassinadas por ano no Brasil do que na Síria A fogueira de Simone de Beauvoir a partir da questão do ENEM mostrou que a burrice se tornou um problema estrutural do Brasil. Se não for enfrentada, não há chance. Hordas e hordas de burros que ocupam espaços institucionais, burros que ocupam bancadas de TV, burros pagos por dinheiro público, burros pagos por dinheiro privado, burros em lugares privilegiados, atacaram a filósofa francesa porque o Exame Nacional de Ensino Médio colocou na prova um trecho de uma de suas obras, O Segundo Sexo, começando pela frase célebre: “Uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher”. Bastou para os burros levantarem as orelhas e relincharem sua ignorância em volumes constrangedores. Debater com seriedade a burrice nacional é mais urgente do que discutir a crise econômica

Os nazistas morenos de Bolsonaro

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Kiko Nogueira no DCM Bolsomito na área Você já sabia que em torno do deputado Jair Bolsonaro transitam o ódio, o preconceito, o atraso, o autoritarismo, a paranoia e o Feliciano. Portanto, não chega a ser uma surpresa que os neonazistas estejam saindo do armário para demonstrar-lhe seu apoio e lealdade. Bolsonaro e os filhos foram recepcionados no Aeroporto de Guararapes, no Recife, por uma multidão de jovens que o chamam de “Bolsomito”. Ele estava na cidade para participar de um ciclo de debates na Assembleia Legislativa. Aos gritos de “Fora Dilma” e “Viva 64”, Jair foi carregado em triunfo nos ombros de alguns fãs, segundo o Diário de Pernambuco. Entre eles, havia um grupo de skinheads com as características jaquetas de couro sem manga para mostrar os músculos. Eram os “Carecas do Brasil”. Transcrevo um trecho da reportagem: Um dos skinheads deu entrevista à reportagem de forma cordial e foi indagado porquê defendia a ditadura militar, quando protestava de forma livre e tinha

A épica batalha entre Jean Wyllys e João Rodrigues

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Leonardo Mendes no DCM Combate o bom combate É difícil às vezes fugir de maniqueísmos, do confronto dos bons contra os maus. O embate entre os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e João Rodrigues (PSD-SC) é um desses casos. Numa mensagem de apoio a Jean, o deputado estadual do PSOL no Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, resumiu o confronto: “Talvez você não tenha ainda a dimensão de tudo que fez quando resolveu fazer esta fala no microfone da Casa Grande. O coronel lhe pergunta: sabe com quem está falando? Sim, coronel. Nós sabemos com quem falamos e o que enfrentamos. Acho que é ele que não sabe com quem está falando. Ou não sabia até você romper com os troncos invisíveis que se espalham pelas casas legislativas e ruas do nosso Brasil”. João Rodrigues é um representante do baixo clero, desconhecido mesmo em seu estado de origem, e que se elegeu com uma campanha milionária principalmente para defender os interesses de poderosos ruralistas e empresários do velho oeste catarinens