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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Beto Almeida: a Folha e o neocolonialismo petroleiro

Com o título de “TV Companheira”, o jornal Folha de São Paulo – que tem o nome marcado por ter defendido e colaborado com operações da ditadura em torturas e mortes de prisioneiros políticos - publicou artigo de Eliane Cantanhede tentando atingir, sem o lograr, a credibilidade jornalística da Telesur, "La nueva televisión del sur", em seu esforço de cobrir a crise na Líbia. Por Beto Almeida, na Carta Maior Há muitas lições a partir da precária nota da jornalista. Primeiramente, está escancarado que a grande mídia comercial brasileira, seguindo orientações dos conglomerados internacionais midiáticos, editorialmente controlados pelas indústrias bélicas, petroleiras e a ditadura financeira, sempre protegeram os ditadores do Oriente Médio que serviram e ainda servem a estes interesses. A Folha de São Paulo está dentro deste leque de proteção aos “ditadores amigos”. Assim é que durante mais de 30 anos protegeu Mubarak, tratando-o como o árabe moderado, porque transformou

As indenizações trabalhistas no Judiciário

Nassif Por José Ribeiro Jr. Multiplique-se esse quadro pelos 27 Estados e se terá um retrato dessa danosa farra do Poder Judiciário no Brasil. E não se espere nenhuma reação das associações comercais e ongs de suposta transparência, tão prestimosos em denunciar a "alta carga tributária". O poder judiciário brasileiro (entre outras castas nativas) é a nossa monarquia alsolutista à espera de um Danton .... CORREIO BRAZILIENSE (DF) • ECONOMIA • 27/2/2011 Mega-sena dos servidores do Judiciário Integrantes do Poder Judiciário recebem pequenas fortunas a título de pagamentos retroativos e indenizações trabalhistas. Uma aposentada paulista chegou a embolsar mais de R$ 1,1 milhão somente em dezembro de 2010 Luciano Pires  Uma avalanche de decisões judiciais favoráveis a servidores públicos tem contribuído para inflar a já bilionária folha de pagamentos dos tribunais. Resultado de pendências financeiras há anos sem solução, as ações trabalhistas envolvem

O nascimento e o ocaso do Clube dos 13

Nassif Da Folha Clube dos 13, vida e agonia Colunista conta como foi o processo de criação e decadência da entidade O QUE SURGIU PARA SER A LIGA BRASILEIRA SOFRE EXATAMENTE POR TER DESPERDIÇADO SEU MELHOR MOMENTO JUCA KFOURI Conto aqui o que vi, e poucas coisas vi tão por dentro em minha vida de jornalista como o nascimento do Clube dos 13 e da Copa União. Como vi o começo lento e gradual de sua decadência. Curiosa e dramaticamente, sua implosão se dá quando parecia ressurgir, embora, agora, pareça mais que tenha sido aquela famosa melhora do doente antes de morrer. Eu era diretor da "Placar" à época em que tudo começou, e o apoio da revista foi tão vigoroso que a taça da Copa União foi encomendada e paga por esta ao artista plástico Carlos Fajardo. E entregue primeiramente ao Flamengo -e depois a Zico, quando ele se despediu do futebol, porque a Copa não resistiu aos conchavos da cartolagem. A resposta dos 13 maiores clubes do país à falênc

Cortes para todos, menos para os juros

Nassif Mais cedo ou mais tarde, a política econômica vai ter que chegar a um meio termo. Assim não dá. Há que se ser cauteloso, não embarcar em aventuras fiscais, tratar o mercado com racionalidade, para evitar estouros da boiada. Mas há algo de profundamente irracional nessa estratégia econômica que procura se impor pela racionalidade. No ano passado foram tomadas medidas prudenciais, em contraposição à política pavloviana de aumentar os juros. Há sinais desencontrados na economia, com setores aquecidos e outros em processo de desaquecimento, frutos justamente das medidas adotadas. Ora, se existem esses desencontros, é sinal de que o aquecimento é setorial, mais na construção civil, menos na indústria automobilística. O único dado mais generalizante é o do desemprego aberto – que caiu bastante. Mas mesmo na Fazenda há dúvidas sobre os sinais emitidos pelo mercado de trabalho. Ora, se o aquecimento se dá no mercado automobilístico, estiquem-se os prazos de fi

Erundina: toda coerência será castigada

Nassif Com Kassab no PSB, serei estranha no ninho'' - brasil - Estadao.com.br Ex-prefeita ressalta 'proximidade' com o PT e admite deixar partido se a cúpula decidir acolher líderes do DEM Daniel Bramatti - O Estado de S.Paulo   A ex-prefeita de São Paulo e deputada federal Luiza Erundina deixou claro ontem que sairá do PSB se o partido acolher políticos como o prefeito Gilberto Kassab e o vice-governador Guilherme Afif Domingos, ambos de saída do DEM. Erundina destacou sua proximidade com o PT, partido do qual saiu em 1997, mas disse esperar que a Justiça Eleitoral impeça a concretização de uma eventual manobra de Kassab e da cúpula do PSB - nessa hipótese, estaria assegurada sua permanência na legenda. Como a senhora vê a possibilidade de Kassab e Afif criarem outro partido para depois migrar para o PSB? confirmar, será absolutamente incompatível com a minha opção política pelo PSB. Serei uma estranha no ninho

Em Brasília, 19 horas: Pela preservação da Voz do Brasil

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O programa “A Voz do Brasil”, conhecido por 88% da população brasileira acima de 16 anos, corre risco de desaparecer por pressão dos radioempresários reunidos na Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Tramita no Congresso projeto para “flexibilizar” o horário de transmissão, hoje das 19 às 20h, o que na prática condenará a morte o único noticiário feito no país a que mais de 80 milhões de brasileiros - os que vivem nos locais mais remotos - tem acesso. Em resposta, a ABI, a Contag, a Fenaj, a Fitert e outras entidades pretendem lançar uma campanha Em Defesa da Voz do Brasil. O artigo é de Chico Sant´Anna e Beto Almeida Chico Sant'Anna e Beto Almeida Eram 19 horas, mas Brasília ainda nem existia. Com a narração do locutor Luiz Jatobá e veiculado nas 50 emissoras de rádio existentes à época no Brasil, entrava no ar, pela primeira vez, em 22 de julho de 1935, o Programa Nacional, que mais tarde foi rebatizado de a Hora do Brasil e,

Espiões por todos os lados: a infiltração nos movimentos sociais

Wilson Sobrinho - Correspondente da Carta Maior em Londres Serviços de investigação privados estão sendo utilizados porcorporações britânicas para manterem-se informadas a respeito dasatividades dos movimentos sociais. A revelação da semana passada do jornal londrino The Guardian ocorre um mês depois do início de uma crise envolvendo a polícia britânica em função do uso de agentes secretos infiltrados entre ativistas e ONGs. Documentos revelados pelo jornal inglês mostram que pelo menos três companhias de energia com sede nas ilhas britânicas contrataram os serviços de uma empresa privada de investigação para monitorar os passos de grupos que iam de ambientalistas como London Rising Tide e Plane Stupid, focado na aviação, até movimentos contra o comércio internacional de armas, como o Campaign Against Arms Trade, de Londres. (1) Por pelo menos três anos, pessoas ligadas à empresa Vericola, com sede no sudeste da Inglaterra, fingiram ser apoiadores de causas ecológic

Matando o mal pela raiz: Wisconsin: negociações trabalhistas proibidas

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Do Opera Mundi Wisconsin aprova projeto de lei que proíbe negociações trabalhistas Um dia após manifestantes contrários ao projeto de lei que pretende proibir negociações coletivas entre os funcionários públicos no estado de Wisconsin reunirem cerca de 100 mil pessoas, a maioria dos deputados da Assembleia do estado votou nesta sexta-feira (25/02) a favor da medida, proposta pelo governador, Scott Walker, do Partido Republicano. Com a aprovação da lei, além de retirar dos sindicatos dos trabalhadores públicos o direito de discutir condições de trabalho e benefícios, o governo de Wisconsin – estado pioneiro na adoção de direitos trabalhistas – também obrigará os trabalhadores a aumentarem as contribuições para o sistema de pensões e de seguro médico, aliviando assim as despesas estatais. A medida permitiria poupar cerca de 150 milhões de dólares por ano, de acordo com Walker, eleito com o apoio do movimento ultra-direitista Tea Party. De acordo com a imprensa local, a

Despesa com juros em janeiro é maior que um ano de Bolsa Família

A esta altura a oligarquia financeira deve estar soltando gargalhadas. Motivos não faltam. O setor público brasileiro consolidado (governos federal, estaduais e municipais) registrou superávit primário de R$ 17,748 bilhões em janeiro, de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (25) pelo Banco Central (BC). O valor é bem maior do que o orçamento de um ano do Bolsa Família (cerca de R$ 12 bilhões). No primeiro mês de 2010, o superávit foi de R$ 16,084 bilhões. Por Umberto Martins O superávit em tela é uma economia que os governos fazem para bancar o pagamento dos juros da dívida pública. Para obtê-la, as autoridades são induzidas a cortar gastos com saúde, educação e aposentadorias (salário mínimo), entre outros. Tudo é feito sob o manto da austeridade e responsabilidade fiscal. Redistribuição da renda Opera-se por este meio uma chocante transferência de renda do conjunto do povo brasileiro para os bolsos dos credores da dívida interna, especialmente banqueiros e

Folha, em caso semelhante à "Escola Base", é condenada por mentiras e manipulações em reportagem sensacionalista

Amigos do Presidente Lula O jornal Folha de São Paulo estampa na capa uma enigmática chamada "Folha publica decisão em cumprimento a ordem judicial", página C6 (espertamente fechada para assinantes na versão on-line). Em nome da informação honesta, a chamada certa deveria ser: "Folha é condenada por danos morais ao fazer reporcagem falsa e sensacionalista", e a publicação, inclusive na capa, não é um reconhecimento voluntário do erro, é por ordem judicial. Pior do que o valor de R$ 30.000,00 de indenização (baixo, na minha opinião), é o vexame de ser condenada a publicar a sentença judicial, revelando que o jornalão dispunha das informações corretas para publicar a verdade, mas publicou mentiras, manipulando as informações, para tornar a matéria sensacionalista. Poucas coisas são mais degradantes para um jornal que queira apresentar-se como sério do que ser taxado de "sensacionalista", uma destas poucas coisas é ser taxado de "sensa

Rodrigo Vianna: a confusão entre Globo, Record e Clube dos 13

Acabo de voltar da Argentina. Passei dias agradáveis em Buenos Aires. Sábado, fim da tarde. Depois de uma longa jornada de caminhadas por Palermo e Barrio Norte, parei com minha mulher num café. Na tela: Newell´s x Lanús. Só o garçon e eu parecíamos interessados na partida. O time de Rosário faturou, com um gol no finzinho: 2 a 1. Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador Cheguei ao hotel às 10 da noite, e liguei a TV. Já havia outro jogo, ao vivo, na tela: Racing versus Boca. Jogaço. O Racing (time pelo qual tenho simpatia, sabe-se lá porque – era o time do coração de Kirchner, e ele morreu do coração…) jogava melhor. Mas o Boca fez um a zero no contra-ataque, e segurou o resultado. Acompanhei só o primeiro tempo (até porque me esperava um belo bife de chorizo com purê de papas). No intervalo, entrou propaganda institucional do governo argentino: “obras na província de Chubut”. Anúncio curto. Fiquei esperando a propaganda privada. E nada. O sinal voltou ao estádio para

Professor Miguel Nicolelis: A quem interessar possa

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por Conceição Lemes No último domingo, 20 de fevereiro, a seção “Painel” da Folha de S. Paulo , publicou esta nota sobre o neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke, nos EUA, e fundador do Instituto de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte. Quem conhece a trajetória e o caráter do professor Nicolelis ficou injuriado. A nota, além de faltar com a verdade, é caluniosa. A sua caixa postal  ficou entupida de mensagens de solidariedade a ele e de repúdio  à Folha, que não se deu ao trabalho de, por telefone ou e-mail, checar as informações para saber se procediam. “Muito triste constatar que seus julgamentos morais são feitos a partir de critérios que imperam no varejo da política brasileira e ao seu redor”, escreveu Nicolelis à jornalista responsável pelo “Painel”. “Achar que eu mudaria minha opinião sobre qualquer coisa referente à ciência brasileira baseado numa nomeação para um serviço voluntário, à frente de uma comissão temporária, ou

O pragmatismo de Dilma e o auto-engano na blogosfera

Nassif JB Costa Um dos fatos mais marcantes, porque trágico tal qual uma peça do teatro grego, da história política brasileira foi, sem nenhuma dúvida, o caso Olga Benário. Em resumo: presa pela ditadura de Getúlio Vargas e esperando um filho de Luís Carlos Prestes, então Secretário geral do OCB e ícone da esquerda brasileira, Olga, judia, foi deportada por conta de um pedido de extradição da Alemanha Nazista. Encarcerada num campo de concentração acabou sendo executada em 1942. Bem, qual o destino dos dois personagens principais da tragédia? O que o destino, ou, a face mais pragmática da política, os levou? Nada de ressentimentos, de revanche: em 1950 Prestes subiu no mesmo palanque de Getúlio e o ajudou na retomada do Poder, agora pela via do voto. A ida de Dilma à Folha longe está da magnitude do que foi a "rendição" de Prestes a realpolitik . Além dos aspectos institucionais (liturgia do cargo, r

Sea Shepherd comemora dia de vitória para as baleias

É oficial – a matança de baleias no Santuário de Baleias do Oceano Antártico acabou por esta temporada, e os baleeiros não atingiram nem 10% da sua quota. A Sea Shepherd estima que mais de 900 baleias foram salvas este ano. O navio da Sea Shepherd, Bob Barker, estava perseguindo o navio-fábrica japonês Nisshin Maru desde 9 de fevereiro, o que torna impossível para os baleeiros continuarem suas operações de caça.  Sea Shepherd Site do Instituto Sea Shepherd Brasil É oficial – A frota baleeira japonesa está deixando o Oceano Antártico. Pelo menos por esta temporada. Se eles retornarem na próxima temporada, a Sea Shepherd Conservation Society estará pronta para retomar os nossos esforços para obstruir e desativar as operações baleeiras japonesas. “O Nisshin Maru fez uma mudança de rumo significativa imediatamente após o governo japonês tornar oficial que a frota baleeira foi chamada de volta”, disse o Capitão do Bob Barker, Alex Cornelissen. “Parece que eles estão indo para

Blog reúne informações para combater o consumismo infantil

Por Isabella Henriques O ano de 2011 começou com novas esperanças de que a discussão em torno da abusividade do direcionamento de publicidade às crianças se torne ainda mais intensa e resulte em mudanças efetivas. É com essa expectativa que o Projeto Criança e Consumo lançou o blog Consumismo e Infância , um espaço de comunicação com a sociedade que traz o debate de assuntos diários e, principalmente, de temas relacionados ao consumo infantil. O objetivo é despertar uma reflexão em torno do assunto, além de difundir informações relevantes sobre a questão. Vemos hoje o impacto que o consumismo infantil tem nas crianças em todo o mundo. Problemas como erotização precoce, crescente obesidade infantil, violência na juventude, materialismo excessivo, desgaste das relações sociais e diminuição progressiva das brincadeiras criativas são algumas das consequências ligadas à influência da comunicação mercadológica e do incentivo ao consumo, tão presentes na nossa sociedade.

“Aumento” do desemprego entre os pobres é balela

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Eduardo Guimarães No início do mês, o país foi surpreendido por uma notícia espantosa. Nos últimos cinco anos, o desemprego teria “aumentado” justamente entre o setor da sociedade que fatos e estudos diversos vinham apontando que vêm melhorando de vida, ou seja, entre os mais pobres. E, para que não reste dúvida do potencial de espanto contido em tal estudo, basta dizer que foi feito por instituição que o colunista da Folha de São Paulo Clóvis Rossi afirma estar “empenhada” em fazer “propaganda do governo”, o Ipea, ligado ao governo federal. A leitura do que escreveu esse colunista no último sábado é importante para introduzir o assunto. —– Mais uma lenda ameaçada Folha de S. Paulo 19 de fevereiro de 2011 Clóvis Rossi SÃO PAULO – Era uma vez a lenda da queda da desigualdade no Brasil, já desmontada. Agora, todo mundo sabe que o que caiu foi a desigualdade entre salários, mas não entre a renda do capital e a do trabalho. E esta é a desigualda

A mídia, Globo na frente, não dá trégua ao ex-presidente Lula

Nunca foram boas as relações entre a mídia brasileira e o torneiro mecânico Lula, desde que, nos anos 1970, ele emergiu no comando das jornadas sindicais no ABC paulista, onde estão algumas das empresas do moderno, mas ainda incipiente capitalismo brasileiro. Em consequência, quase natural, o operário não foi recebido com entusiasmo quando, após três fracassos, venceu a disputa para a Presidência da República, em 2002. Por Maurício Dias*, na Carta Capital Os desentendimentos se sucederam entre o novo governo e o chamado “quarto poder” e culminaram com a crise de 2005 quando televisões, jornais, rádios e revistas viraram porta-vozes da oposição que se esforçava para apear Lula do poder. Inicialmente, com a tentativa de impeachment. Posteriormente, após esse processo que não chegou a se consumar, armou-se um “golpe branco” em forma de pressão para o presidente desistir da reeleição, em 2006. Lula ganhou e, em 2010, fez o sucessor. No caso, sucessora. Dilma Rousseff sofreu qu