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Mostrando postagens de novembro, 2012

A política não é o pasto da fatalidade

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Saul Leblon  O mal que desaba sem que se saiba de onde vem nem como evitá-lo e que se multiplica quanto maior é o esforço para domá-lo chama-se tragédia. Os gregos entendiam de fatalidade. A política não é uma fatalidade - não deveria ser. A política deveria ser justamente o espaço da liberdade, sobretudo dos que nunca tiveram espaço, nem liberdade, para se emancipar enquanto indivíduos e como classe.  A subordinação da política aos desígnios dos mercados sanciona uma rendição que nega o seu apanágio. Ao confundir cordura com submissão,pragmatismo com desistência, a política se transforma no pasto do cavalo xucro que deveria domar; submete-se ao mal que não tem cura em si: é a tragédia econômica.  Há aqui uma boa dose de simplificação, mas estamos falando dos dias que correm e das horas que rugem.  A Europa culta e rica ilustra o custo humano e material da inversão de papéis: o desemprego bate recordes; um exército de 19 milhões de pessoas carecia de trabalho, e de tudo o mais qu

Artigo 55 e democracia

PAULO MOREIRA LEITE O deputado Marco Maia, presidente da Câmara, acaba de reafirmar uma verdade simples e clara: direito de cassar mandato de parlamentares pertence ao Congresso. O deputado está certíssimo e merece aplauso. Embora tenha discutido causas até difíceis durante o processo do mensalão, o Supremo Tribunal Federal parece emaranhado em confusões desnecessárias quando debate a cassação do mandato dos parlamentares condenados. A Constituição é clara. Diz em seu artigo 55 que cabe ao Congresso cassar o mandato dos parlamentares, por maioria absoluta, pelo voto direto e secreto.

A fragilidade da base aliada

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Eduardo Guimarãers A entrevista que o vice-presidente da CPI do Cachoeira, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), concedeu ao Blog na quinta-feira, exige reflexão. Aqui ou em qualquer outra página em que a entrevista foi reproduzida – como no Blog do Nassif ou no Brasil 247 – os comentários foram, esmagadoramente, críticos. Aliás, melhor seria dizer que foram comentários furiosos. As reações foram da ampla satisfação dos comentaristas de viés tucano à mais ampla rejeição dos de viés petista. Ninguém aceita as justificativas para o recuo do relator da Comissão, Odair Cunha (PT-MG), no sentido de retirar de seu texto os pedidos de indiciamento do jornalista Policarpo Jr. e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Particularmente, fiquei dividido. Ao mesmo tempo em que, como todos sabem, apoio posições mais corajosas do PT e do próprio governo Dilma para enfrentar os ataques tucano-midiáticos, reflito sobre as condições efetivas de êxito que tanto um quanto outro possam te

DILMA VETA PARTE DA LEI DE PARTILHA DOS ROYALTIES

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Brasil 247 Além do veto integral ao artigo 3º, que trata dos contratos vigentes (poços de petróleo já licitados), ministra Gleisi Hoffmann menciona "quatro ou cinco" vetos pequenos. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante explicou: "Os Estados produtores recebiam 26,5% dos royalties do regime de concessão no mar. A partir da Medida Provisória, em 2013, eles vão receber 20%. Os municípios produtores, que também recebiam 26,5%, vão receber 15%". "Não há desapreço ao Congresso Nacional, mas a defesa de dispositivos constitucionais", comentou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão Rio247   - A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, anunciou na tarde desta sexta-feira a decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar integralmente o artigo 3º da lei de partilha dos royalties do petróleo, que trata dos contratos vigentes.  "O veto colocado ao artigo terceiro da lei enviada pelo Congresso resguarda exatamente os contratos estabelecidos e

A traição do PT

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Mino Carta Dizia um velho e caro amigo que a corrupção é igual à graxa das engrenagens: nas doses medidas põe o engenho a funcionar, quando é demais o emperra de vez. Falava com algum cinismo e muita ironia. Está claro que a corrupção é inaceitável in limine, mas, em matéria, no Brasil passamos da conta. Permito-me outra comparação. A corrupção à brasileira é como o solo de Roma: basta cavar um pouco e descobrimos ruínas. No caso de Roma, antigos, gloriosos testemunhos de uma grande civilização. Infelizmente, o terreno da política nativa esconde outro gênero de ruínas, mostra as entranhas de uma forma de patrimonialismo elevado à enésima potência. Constatação. Apresentamos o verdadeiro relator da CPI do Cachoeira. Foto: Monique Renne/ D.A Press A deliberada confusão entre público e privado vem de longe na terra da casa-grande e da senzala e é doloroso verificar que, se o País cresce, o equívoco fatal se acentua. A corrupção cresce com ele. Mais doloroso ainda é que as provas da contam

POLICARPO NÃO FEZ “MAU JORNALISMO”; COMETEU UM CRIME

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DR. ROSINHA No relatório final da CPI, o jornalista de Veja aparece encomendando grampos clandestinos e pedindo ajuda para devassar, sem autorização legal, a intimidade de um cidadão brasileiro "Este é o retrato sem retoques de como se faz um jornalismo sem ética, um jornalismo que, para destruir determinado alvo ou determinado projeto político, não hesita em violar as leis, a Constituição e a própria dignidade dos cidadãos." É dessa forma que o incisivo texto do relatório final da CPI do Cachoeira define a relação de Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília da revista Veja, com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar uma quadrilha com tentáculos no poder público e na mídia. O jornalista da CBN, Kennedy Alencar, em comentário sobre a CPI, disse que o relatório final não apresenta provas contra Policarpo. Para Alencar, Policarpo não cometeu nada além de "mau jornalismo". "E mau jornalismo não é crime

Dez anos da política de cotas

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Emir Sader Há não muito tempo, um estranho conglomerado de jornalistas, artistas, antropólogos, esquerdistas arrependidos, entre outros, se lançou ao ataque contra a politica de cotas, contra as ações afirmativas. Afirmações como as de que estaríamos “introduzindo” (sic) o racismo no Brasil (brilhante afirmação de Ali Kamel, em livro propagandeado por milhares de posters), como se a escravidão não fosse um dos pilares da historia brasileira, a de que constitucionalmente “somos iguais diante da lei”, entre outras expressões da ignorância, da má fé, dos preconceitos, juntaram a antropólogos da USP, a gente como Caetano (que nem parece que nasceu na Bahia, antes de tornar-se um cronista conservador do Globo), a editorialistas indignados, em campanha frenética em torno do igualitarismo. Não foi o suficiente para brecar esse avanço democrático no Brasil – o país mais desigual do continente mais desigual do mundo. O Judiciário aprovou por unanimidade a politica, o Congresso fez o mesmo,

“MENSALÃO FOI SOLUÇO NA HISTÓRIA DO SUPREMO”

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Brasil 247 Quem diz é o jurista Celso Bandeira de Mello, responsável pela indicação de Carlos Ayres Britto ao STF; ele afirma que, nos próximos casos, a suprema corte não permitirá a mesma "flexibilização de provas" 247   – O renomado jurista Celso Antônio Bandeira de Mello acredita que o julgamento do chamado 'mensalão' foi um "solução na história do Supremo Tribunal Federal". Segundo ele, que indicou ao tribunal o ministro Carlos Ayres Britto, quem diz considerar "um irmão", houve forte influência do que chamou de "opinião publicada", além de transgressão de garantias básicas. A Corte Suprema do País, acredita ele, não irá repetir nos próximos casos a "flexibilização de provas" cometida na Ação Penal 470. Especialista em Direito Administrativo, Bandeira de Mello defende, numa entrevista concedida ao portal  Última Instância , hospedado pelo Uol, que "o juiz devia ser proibido de dar entrevistas". Em

Bancários e Banco do Brasil repudiam declaração de Felipão

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Treinador, em sua apresentação na Seleção, diz que jogador que não quiser pressão deve trabalhar no Banco do Brasil. Entidades não gostam Alexandre Alliatti e Vicente Seda Felipão causa polêmica com declaração na coletiva de apresentação (Foto: Mowa Press) Luiz Felipe Scolari , em seus primeiros minutos como treinador empossado da seleção brasileira, causou incômodo em uma classe de trabalhadores. Nesta quinta-feira, o treinador disse que os jogadores que não souberem lidar com pressão  devem ir trabalhar no Banco do Brasil.  O órgão federal repudiou o posicionamento dele. E os bancários foram no mesmo tom. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) disse que se sentiu desrespeitada e alegou que o trabalho dos profissionais da categoria envolve alta dose de pressão. Por fim, disse que o treinador começou mal no retorno ao comando da Seleção. O Banco do Brasil foi mais leve. Mesmo assim, lamentou as declarações do treinador e disse que

GLOBO CONSAGRA JOAQUIM, APÓS O PERDÃO A JEFFERSON

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Brasil 247 Capa desta quinta-feira deu ar histórico ao julgamento conduzido por Joaquim Barbosa, tratado como "O maior golpe na impunidade", um dia depois que o relator da Ação Penal 470, e agora presidente do Supremo Tribunal Federal, aliviou a pena de Roberto Jefferson, que, até hoje, ainda não explicou o que fez com R$ 4 milhões recebidos do valerioduto 247 - Na capa do Globo desta quinta-feira, Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, foi transformado em herói nacional. Com retrato em bico de pena, ela paira sobre a manchete "O maior golpe na impunidade", agora que estão definidas as penas de 25 condenados na Ação Penal 470. Curiosamente, ontem foi o próprio Barbosa quem propôs um alívio na pena de Roberto Jefferson, que poderá cumpri-la em regime semiaberto. O presidente do PTB e dinamitador do escândalo foi considerado um "colaborador" pelo presidente do STF.

POSSO FALAR?

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Joelmir Beting Minha coluna diária, lançada pela Folha de S. Paulo, em 7 de janeiro de 1970, é reproduzida por dezenas de jornais brasileiros. A fatura não é minha. Era da Agência Folha até 19 de agosto de 1991. Desde então, os direitos são da Agência Estado.  Minha relação com cada um dos jornais não é de empregado. É de fornecedor de um produto isolado. Produto tido de boa qualidade, limpo e isento. Não tenho por contrato de seguir normas de redação ou de conduta de nenhum dos jornais signatários. Não misturo o produto que me compram com minhas atividades profissionais de palestrante e de consultor. Nada me impede de fazer publicidade comercial, propaganda política ou passeata de protesto. A publicidade comercial responde pela plataforma da cadeia de valor do jornalismo. São os anunciantes que pagam todas as contas, custos e ganhos das empresas de comunicação. O equivalente a dizer que são os publicitários que garantem o emprego e o salário dos jornalistas. Sempre devotei respeit

Odair Cunha faz o possível na CPI. Temos que criticar é Miro Teixeira, Taques, o PMDB e demotucanos

Amigos do Presidente Lula A CPI do Cachoeira é um colegiado que tem 34 parlamentares titulares. Destes, só 5 são do PT e 2 do PCdoB. Os demais partidos, salvo um ou outro parlamentar, são vozes discordantes em diversos temas. A maioria da base governista que apoia Dilma está também na bancada da Veja, da Globo. O PDT, por exemplo, tem Miro Teixeira (RJ) e Pedro Taques (MS) que se aliaram aos demotucanos para blindar a imprensa e o Procurador-Geral, mesmo diante de tantas evidências. O PMDB que, na época em que Renan Calheiros (AL) era alvo da Veja cogitou abrir uma CPI para investigar o Grupo Abril, não quis comprar brigas, preferindo fazer um acordão de bastidores com os barões da mídia. O relator Odair Cunha (PT-MG), mesmo com essa minoria, fez um relatório completo, honesto e corajoso. Só de ter feito, publicado e discutido publicamente, já foi uma vitória.

Juízes do Rio ganham R$ 51 milhões só para alimentação

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Frei Marcos Frade dominicano, doutor em Filosofia e em Teologia Moral e professor aposentado de Filosofia da UFG Alguns juízes e desembargadores do Rio de Janeiro comentam constrangidos o caso, mas não querem se identificar O Tribunal de Justiça do Rio pagará, até julho de 2013, cerca de R$ 51 milhões a seus 848 magistrados a título de auxílio-alimentação. Apesar do auxílio-alimentação, em Minas Gerais Tribunal de Justiça ainda dá lanche ‘de primeira’ para juízes. Corte usa R$ 600 mil em iguarias como bacalhau ‘do Porto’. (Foto: reprodução) Que pena! Os juízes do Rio (e, quem sabe, de outros Estados também) estão passando fome. Precisam de auxílio-alimentação. Que tal, cadastrá-los numa instituição beneficente para receber, no início de cada mês, uma cesta básica ou incluí-los no programa Bolsa-Família do Governo Federal?

Blindar Gurgel é 'fazer pizza' com coisa muito séria

Helena Sthephanowitz O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reclama de seu indiciamento no relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG), na CPI do Cachoeira. Chamou de "revanchismo". Porém, sem nenhuma razão, pois o deputado apenas cumpriu o seu dever, de forma irretocável. Se não indiciasse o procurador-geral estaria dando um "jeitinho", aliviando, e produzindo "pizza". Não adianta Gurgel chamar de "revanchismo". A única saída para ele seria rebater objetivamente ponto por ponto as provas irrefutáveis apresentadas contra si (o que parece ser impossível, pelas próprias tentativas anteriores).

Que horas são? É tarde, é tarde...

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Postado por Saul Leblon Dilma e Lula tem juntos 45% das intenções espontâneas de voto para 2014.  O conservadorismo personificado em Serra e Aécio, e a alternativa verde estampada em Marina Silva, adicionam ao balaio oposto 9% de menções. A maiúscula atrofia do campo conservador explode na pesquisa do Ibope divulgada neste domingo. Não por acaso apresentada sob a pátina de uma irrelevante ultrapassagem de quem deixou o governo há dois anos por quem ainda o exerce. O fato esférico é que a 24 meses das urnas presidenciais, 55% dos eleitores tem um nome de preferência estabelecido. Em 2010, oito meses antes do pleito, 52% dos eleitores não tinham candidatos (23% mencionavam Lula, inelegível).  Hoje, quatro em cada cinco referendam o bloco de forças progressistas que comanda a sociedade e o desenvolvimento do país desde 2003. 

O ódio (singular absoluto) a Lula

Blog do Nassif Por Weden Lula é um político brasileiro com defeitos e virtudes. Se você não conseguir ver uma coisa ou outra é porque, certamente, a cegueira da paixão ou do ódio está tomando o seu corpo como um câncer. O que se percebe no caso de Lula é que o ódio intenso tenta, sobremaneira, vencer o amor intenso. É uma luta. A luta entre o amor e o ódio a esse personagem da história  brasileira. Outros já experimentaram do mesmo fel. Mas não sei se há concorrentes para Lula. Talvez nem Getúlio. Quantitativamente, Lula está em vantagem. Mas os odiadores acreditam que seu ódio seria de melhor qualidade, uma espécie de crème de la crème do ódio - um ódio insuperável por qualquer amor de multidões.

Sobre o caso Rosemary e a lulofobia

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PAULO NOGUEIRA* Acima de tudo, ela é mais uma escada pela qual se tenta pegar novamente Lula Rosemary Lula é, certamente, o homem mais odiado pelo chamado 1%, para usar a já histórica expressão do Movimento Ocupe Wall St. (Para os 99%, o posto é de Serra, com o surgimento de uma concorrência potencial em Joaquim Barbosa, o Batman.) É impressionante o júbilo com que é celebrada pelo 1% qualquer notícia que possa servir de munição contra Lula, o lulismo, o lulo-petismo e outras designações criadas pelos obsequiosos porta-vozes de um grupo pequeno mas barulhento que torce e trabalha para que o Brasil jamais se torne uma Dinamarca, ou uma Noruega, ou uma Finlândia.

Indiciamento de Gurgel tem provas irrefutáveis. PSDB quer pizza.

Amigos do Presidente Lula O Procurador-Geral da República Roberto Gurgel reclama de seu indiciamento no relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG), na CPI do Cachoeira. Chamou de "revanchismo". Porém, sem nenhuma razão, pois o deputado apenas cumpriu o seu dever, de forma irretocável. Se não indiciasse o Procurador-Geral estaria dando um "jeitinho", aliviando, e produzindo "pizza". No fim do texto publico a  íntegra do trecho do relatório  que trata do indiciamento. Não adianta Gurgel chamar de "revanchismo". A única saída para ele seria rebater objetivamente ponto por ponto as provas irrefutáveis (o que parece ser impossível, pelas próprias tentativas anteriores).

DANUZA LAMENTA QUE TODOS POSSAM IR A PARIS OU NY

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Brasil 247 Ser rico perdeu a graça, segundo a colunista; seu artigo deste domingo é um retrato da elite brasileira, que busca o prazer aristocrático e não se conforma com a ascensão social do resto; "Ir a Nova York já teve sua graça, mas, agora, o porteiro do prédio também pode ir, então qual a graça?", indaga 247 -  Em Tóquio, presidentes de empresas varrem a calçada das ruas onde moram. Em Manhattan, banqueiros usam o metrô para ir ao trabalho. Em Berlim, cada vez mais, os ricos rejeitam ser proprietários. Em Paris, o que distingue a elite é o conhecimento. No Brasil, no entanto, aqueles que estão no topo da pirâmide precisam ser diferentes, especiais, exclusivos, aristocráticos. Prova disso é o artigo de Danuza Leão, publicado neste domingo, na Folha de S. Paulo. Ela afirma que ser rico perdeu a graça, porque hoje, numa ida a Paris ou Nova York, periga-se dar de cara com o porteiro do seu prédio. Resumindo, o que a elite brasileira mais deseja é a desigualdade

O risco de brincar com a Constituição

PAULO MOREIRA LEITE Começo a ficar preocupado com determinados argumentos de quem pretende cassar o mandato dos deputados sem cumprir o ritual Constitucional — pelo menos. Parece aquele truque do sujeito esperto demais que quer se fazer de bobo para ver se os outros não percebem aonde quer chegar… O truque é dizer que a Lei Maior é confusa. E como tem acontecido recentemente, chamamos o Supremo para resolver a confusão. Alguém tem dúvida do resultado? Pergunto para qualquer cidadão se há alguma ambiguidade nos parágrafos abaixo:

Se o tribunal veste a camisa de um lado, quem julga os confrontos entre os lados?

Helena Sthephanowitz Na posse do ministro Joaquim Barbosa na presidência do STF, houve mensagens nos discursos que soaram preocupantes.  O ministro Luiz Fux fez um discurso razoavelmente entusiasmado, defendendo o ativismo político no Tribunal, o que pode ser entendido como judicialização da política ou politização do Judiciário. Nada contra juízes serem politizados e pró-ativos, mas como cidadãos – e cada cidadão é igual a um voto para eleger representantes na construção de pactos sociais traduzidos em leis. Quem quiser legislar, que se licencie da toga e se candidate ao parlamento, submetendo suas ideias e propostas ao voto popular.

E agora Joaquim? A encruzilhada de um juiz

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Saul Leb lon Joaquim Barbosa assumiu a presidência de uma Suprema Corte manchada pela nódoa de um julgamento político conduzido contra lideranças importantes da esquerda brasileira.   Monocraticamente, como avocou e demonstrou inúmeras vezes, mas sempre com o apoio indutor da mídia conservadora, e de seu jogral togado --à exceção corajosa do ministro Ricardo Lewandowski, Barbosa fez o trabalho como e quando mais desfrutável ele se apresentava aos interesses historicamente retrógrados da sociedade brasileira --os mesmos cuja tradição egressa da casa-grande deixaram cicatrizes fundas no meio de origem do primeiro ministro negro do Supremo. Não será a primeira vez que diferenças históricas se dissolvem no liquidificador da vida.  Eficiente no uso do relho, Barbosa posicionou o calendário dos julgamentos para os holofotes da boca de urna no pleito municipal de 2012.  

Lula recebe na Índia o Prêmio Indira Gandhi pela Paz

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Amigos do Presidente Lula Lula recebe o prêmio Indira Gandhi das mãos do presidente indiano Pranab Mukherjee. Foto: Ricardo Stuckert/I nstituto Lula O primeiro-ministro Singh disse que, sob a liderança de Lula, “o Brasil se tornou uma país mais forte e respeitado internacionalmente”, e mesmo fora da presidência “segue sendo uma das personalidades mais respeitadas no mundo”. “O presidente Lula tem uma clara visão global. Ele é consciente da interdependência entre os países, e de que a responsabilidade de um líder não termina na fronteira do seu país.” O primeiro-ministro, que ofereceu um almoço para Lula após a cerimônia, disse que, para ele, foi um privilégio trabalhar com Lula nas reuniões internacionais e que o considera um amigo. “Seu trabalho com a América Latina e a África ainda tocará muitas vidas nos próximos anos”. O presidente Mukherjee, ao entregar o prêmio, declarou que Lula é um “honorável campeão do mundo em desenvolvimento”.  E desejou saúde e boa sorte e

Revista Veja, leal ao bicheiro Cachoeira, e com Policarpo Jr pego em flagrante, chama CPI de 'lixo'

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Amigos do Presidente Lula A revista Veja mostrou toda a sua lealdade à parceria com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, ao tentar desqualificar o relatório final da CPI, apresentado pelo relator deputado Odair Cunha (PT-MG). Malandramente, a revista omitiu da seção de notícias o indiciamento de seu diretor, o jornalista Policarpo Júnior, por formação de quadrilha junto ao bicheiro. O indiciamento de Policarpo no art. 288 do Código Penal (formação de quadrilha) só foi tratado em uma nota pelo blogueiro Reinaldo Azevedo. Aliás, ele imitou José Serra (PSDB) quando saiu o livro "A Privataria Tucana". Serra disse que o livro era "lixo", diante da impossibilidade de rebater os documentos mostrados no livro. Reinaldo Azevedo também chama de "lixo" o relatório de Odair Cunha, apesar de estar meticulosamente descritas as condutas que levaram ao indiciamento do diretor da revista. Na seção de notícias, a revista só publicou (e no fim da página) o pedido do rel

MÍDIA PROCLAMA: "SOMOS TODOS POLICARPOS"

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Brasil 247 Em menos de 24 horas, relatório de Odair Cunha (PT-MG) conseguiu provocar uma reação inédita dos grandes meios comunicação brasileiros: editoriais do Estado, de Francisco Mesquita Neto, e da Folha, de Otávio Frias, uma capa do Globo, de João Roberto Marinho, além de artigos de Merval Pereira e Ricardo Noblat. Tudo por conta da proposta de indiciamento do jornalista Policarpo Júnior, de Veja, de Roberto Civita, por formação de quadrilha, em razão de seu estreito vínculo com o bicheiro Carlos Cachoeira 247 -  O relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG), que será lido às 10h30 desta quinta-feira, conseguiu demonstrar o poder de fogo dos grandes meios de comunicação brasileiros. Em menos de 24 horas, os principais jornais do País enfileiraram suas tropas e apontaram os canhões na direção do relator da CPI. O deputado Odair, como se sabe, ultrapassou uma linha perigosa, ao propor o indiciamento de cinco jornalistas e investigações a respeito da conduta de outros seis pr

Pai revela luta para fazer filho aceitar a própria homossexualidade

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Estranhamente normal: a luta de uma família para ajudar seu filho adolescente a aceitar sua sexualidade David Sheff, New York Times Jeanne Mixon, esposa do jornalista do New York Times John Schwartz, entrou em casa uma tarde para encontrar o filho de 13 anos, Joe, incoerente, de “olhos esbugalhados” e nu no banheiro. Frascos de comprimidos estavam espalhados pelo chão e havia uma faca dentro da banheira. Joe tentou se matar. “Se tivéssemos mantido drogas mais poderosas em casa, poderíamos ter perdido nosso filho”, escreve John Schwartz sobre a tentativa de suicídio de Joe. A cena – um pesadelo para todos os pais – abre o livro de memórias de John Schwartz, “Oddly Normal: One Family’s Struggle to Help Their Teenage Son Come to Terms With His Sexuality” (ainda sem título em português, mas que pode ser traduzido como ‘Estranhamente normal: a luta de uma família para ajudar seu filho adolescente a aceitar sua sexualidade’). A publicação é um relato emocionante do aprendizado

PSDB e DEM blindam revista Veja na CPI do Cachoeira

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Rede Brasil Atual Oposição impede leitura de relatório que pede investigação de Policarpo (diretor de Veja) e Gurgel. Odair Cunha, relator da CPMI do Cachoeira, deve pedir o indiciamento de 46 pessoas Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado, é um dos parlamentares mais ávidos ao defender que não se abra investigação contra a revista Veja por envolvimento com o bicheiro Carlos Cachoeira. Do que ele tem medo? (Foto: Agência Senado) Parlamentares da oposição, principalmente do PSDB e do DEM, impediram hoje (21) o deputado Odair Cunha (PT-MG) de ler o relatório fina da CPI Mista do Cachoeira. No documento, Cunha pede o indiciamento de 46 pessoas, entre elas o jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, e propõe que o Conselho Federal do Ministério Público inicie investigação contra o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel. Ambos – Policarpo e Gurgel – têm sido blindados por membros da oposição e também por alguns da base aliada, grupo que rec

A ilusão do cipó de Aroeira

PAULO MOREIRA LEITE   A vingança é, vamos combinar, um dos mais intensos prazeres da existência humana. Compreendo, portanto, o alvoroço de muitas pessoas que, inconformadas com as injustiças cometidas no mensalão do Valúbio, esfregam as mãos a espera do mensalão do Vazeredo. Este alvoroço foi reforçado com a notícia de que os responsáveis pelo mensalão PSDB-MG tem prazo de 40 dias para ouvir as últimas testemunhas e encaminhar o julgamento. Supondo que, mesmo desmembrados, os réus do mensalão PSDB-MG recebam o mesmo tratamento daquele dispensado ao Valúbio, não vejo motivo para comemorar. O julgamento que se encerra, em Brasília, foi flexível na aceitação de provas. Esteve longe de demonstrar a “compra de votos,” tese principal da acusação e do relator. O desvio de dinheiro público é uma confusão. O Banco do Brasil, que tem mais ou menos um terço de participação no Visanet, diz que ele é privado. Considerando que os outros sócios do BB nesta empresa são bancos privados,

Entrevista de Genoíno à TVT

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A voz de José Genoino sobre o julgamento político do 'mensalão'

Policarpo & Gurgel: ruídos na sinfonia dos contentes

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Saul Leblon O indiciamento do diretor de Veja em Brasília, Policarpo Jr., e o pedido de investigação contra o procurador-geral, Roberto Gurgel, incluídos no relatório da CPI do Cachoeira, forçam a tampa de um bueiro capaz de revelar detritos omitidos na narrativa conservadora da Ação Penal 470. As linhas de passagem entre um caso e outro foram represadas na pauta da conveniência. Os processos são distintos, mas os personagens se repetem.  A sucursal de Veja em Brasília adicionou ao moderno arsenal da Editora Abril a subcontratação de serviços na modalidade  just in time  à quadrilha Cachoeira . Trata-se de um exemplo de coerência de quem não poupa tinta e papel no elogio às reformas e ferramentas do repertório neoliberal.  O  downsinzing  é uma delas. Veste de inglês o velho 'facão' ao enxugar equipes, subcontratando serviços de terceiros com reconhecida competência no ramo. Policarpo Jr. notabilizou-se na fusão entre teoria e prática.  Estabeleceu-se entre os dois chef

TODOS OS JORNALISTAS DA LISTA DE CACHOEIRA

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Brasil 247 O 247 teve acesso ao capítulo integral do relatório da CPI do Cachoeira que trata da relação do bicheiro com os veículos de comunicação; além de Policarpo Júnior, de Veja, o profissional mais próximo do contraventor, o documento relaciona ainda outros repórteres e editores: Mino Pedrosa, o radialista Jorge Kajuru e Eumano Silva, da revista Época 247  – O relatório final da CPI do Cachoeira, que começará a ser lido nesta quarta-feira 21 pelo deputado Odair Cunha (PT-MG), traz uma bomba no que diz respeito à relação do contraventor Carlos Cachoeira com jornalistas. O 247 teve acesso com exclusividade ao capítulo integral do documento que trata dos veículos de imprensa. Além do já citado outras vezes Policarpo Júnior, chefe da sucursal de Brasília da revista Veja, tido como o profissional mais próximo de Carlinhos Cachoeira, outros nomes da mídia são mencionados pelo relator como necessários que "o Ministério Público aprofunde as investigações". Entre eles, s

CACHOEIRA, FONTE NÚMERO 1 DE VEJA, SERÁ SOLTO

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Brasil 247 Responsável pela fabricação dos principais escândalos denunciados pela revista nos últimos anos, o bicheiro Carlos Cachoeira sairá da prisão antes que o relator Odair Cunha (PT-MG) apresente seu relatório; contraventor comandava esquema de intimidação e chantagem, infiltrado no Congresso e na maior revista do País; ex-senador Demóstenes Torres era chamado de “amendoim”; Policarpo Júnior, diretor de Veja, era o “caneta”; notícia é destaque em Veja.com; bicheiro já apelou da sentença 247 –  A notícia está estampada como manchete principal na página de Veja.com. A qualquer momento, o bicheiro Carlos Cachoeira sairá da prisão. Foi condenado a cinco anos de detenção e poderá cumprir sua pena em regime semiaberto. Nos últimos dez anos, Cachoeira foi a fonte principal da revista Veja e esteve por trás da fabricação de diversos escândalos denunciados pela revista. Sua organização contava com os grampos ilegais da dupla Idalberto Matias e Jairo Martins e com braços em outr

As profissões com mais e menos psicopatas no mundo

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Pragmatismo Político CEOs, advogados e jornalistas lideram lista de profissões com mais psicopatas. Para novo livro de psicólogo britânico, psicopatia é mais comum em profissões menos humanas e mais objetivas Livro revela lista com profissões que apresentam maior incidência de psicopatas Circula pelos Estados Unidos um novo livro que lista as profissões que apresentam maior incidência desse distúrbio de personalidade para elucidar o comportamento de indivíduos psicopatas em ambientes de trabalho. Segundo o psicólogo Kevin Dutton, autor de “A sabedoria dos psicopatas: o que santos, espiões e serial killers tem a ensinar sobre sucesso”, a carreira mais psicopata é a de CEO, seguida pela advocacia e pela comunicação social (apresentadores de rádio e TV). Cirurgiões aparecem em quinto lugar, logo à frente de jornalistas e agentes policiais. A profissões com maior incidência de psicopatas: CEO Advogado Comunicação Social (profissionais de Rádio e TV) Comerciante Cirurgião J

Ascensão social faz aumentar casos de racismo em shoppings e universidades

Pessoas negras enfrentam discriminação e preconceito em ambientes antes frequentados apenas por brancos Por:  Raimundo Oliveira, da Rede Brasil Atual São Paulo – Nos últimos dez anos, com melhorias consistentes nos indicadores sociais no Brasil, os cidadãos mais pobres passaram a ter acesso a outros níveis de consumo, como em lojas de shopping, aeroportos, cinemas e universidades. No caso de cidadãos negros e pardos, para muitos isso significou também maior exposição à discriminação racial nos ambientes antes frequentados majoritariamente por pessoas brancas. Na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), já são 15 as denúncias de racismo em universidades, 12 registradas neste ano, quatro vezes mais que as três contabilizadas em 2011 – quando a Ouvidoria da Seppir passou a receber os relatos de discriminação –, afirma Carlos Alberto Silva Júnior, ouvidor da Seppir.  Segundo ele, este aumento não está relacionado a manifestações contra a lei que garante me