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Mostrando postagens de janeiro, 2014

O que a “vaquinha” por Genoíno e Delúbio ensina? O que o PT esqueceu…

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Fernando Brito publicado no TIJOLAÇO Os jornais não disfarçam seu espanto com as doações públicas para que José Genoíno, primeiro, e agora Delúbio Soares paguem as multas que receberam do Supremo Tribunal Federal. Claro que pode até haver alguma mutreta de algum depósito feito por gente “muy amiga” para desmoralizar a arrecadação de fundos, e é bom que se verifique isso. Mas nenhuma eventual “armadilha” nesta “vaquinha” esconde o seu principal ensinamento. Se o protagonismo de José Genoíno nas lutas contra a ditadura, seu drama pessoal de saúde e a comovente solidariedade de sua família – sua filha Miruna tornou-se um símbolo de integridade e amor filial – o que poderia explicar o apoio público de Delúbio Soares, um colaborador de segundo escalão do PT e o que mais foi vilanizado em toda essa história do chamado “mensalão”. A lição preciosa deste episódio é algo que, ao longo do tempo, boa parte da direção do PT parece ter se esquecido. A de que existe uma militância política que não p

Com o funk ostentação, o morador da periferia sonha em ser playboy

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Fabiano Amorim “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor” (Paulo Freire) Eu acho o ritmo do funk muito interessante. Particularmente gosto muito da sua batida. Quando estou numa festa e começa a tocar um funk não hesito em começar a dançar. Creio que uma das músicas que melhor traduzem o funk seja aquela que diz “É som de preto, de favelado, mas quando toca, ninguém fica parado”. Jamais gostei daqueles funks com linguagem excessivamente chula, independentemente do ritmo. Gosto muito de músicas ao estilo de “Abre Alas” e “Ela é top” do MC Bola, de “Se ela dança eu danço” e outras do MC Leozinho, algumas do Naldo, MC Koringa e alguns outros. Sei que boa parte dessas músicas possuem letras muito bobas, mas para mim são até toleráveis devido ao ritmo delas. De uns tempos para cá comecei a ver uma nova cultura surgindo no funk, a do “Funk Ostentação”. Ouvi um pouco dessas músicas e vi que algumas possuem até um ritmo muito gostoso de ouvir. Mas fiquei horroriz

Anivaldo Padilha: o assassinato de reputação de uma figura referencial

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Luis Nassif Em determinado momento, para atacar Fernando Henrique Cardoso, críticos apontaram as armas da difamação contra dona Ruth Cardoso. Foi uma ignomínia, repudiada por todas as pessoas responsáveis da política. Os ataques sofridos por Anivaldo Padilha, pelo fato de ser pai do Ministro Alexandre Padilha, são do mesmo nível. Mais ainda: Anivaldo tem uma história ainda mais rica que a de dona Ruth. Clique aqui para um pouco da sua história na Igreja Metodista. Clique aqui para seu depoimento sobre o projeto "Brasil Nunca Mais". Nos anos 70, foi uma das figuras centrais da resistência contra a tortura, na condição de representante do Conselho Mundial das Igrejas ( http://tinyurl.com/m99w3s5 ). Exilado, foi figura chave do inesquecível arco ecumênico que juntou a Igreja Católica de Dom Paulo, a comunidade judaica de Henry Sobel, a Igreja anglicana de James Wright e a esquecida Assembleia de Deus. Foi preso, torturado, exilado e sequer pode assistir

CAFEZINHO: O VÍDEO QUE PODE DERRUBAR JOAQUIM BARBOSA

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O Cafezinho - publicado no  Brasil247 Prestem atenção nesse vídeo. Nele, Joaquim Barbosa fala inúmeras inverdades, além de seus ataques de praxe aos direitos dos réus.  Nele, o presidente do STF fala inúmeras inverdades, além de seus ataques de praxe aos direitos dos réus; trata-se de uma votação de 12 de maio de 2011, em que se julga exatamente se o Supremo deve liberar ou não os autos do Inquérito 2474 a alguns réus da Ação Penal 470, que Barbosa manteve sob sigilo até agora, quando foi liberado pelo presidente em exercício, Ricardo Lewandowski; assista É uma votação de 12 de maio de 2011. Julga-se exatamente se o STF deve liberar ou não os autos do Inquérito 2474 a alguns réus da Ação Penal 470. Barbosa vinha mantendo o Inquérito 2474 em sigilo desde que o recebeu, em março de 2007. No início de 2011, vazou uma pequena parte à imprensa, e vários réus da Ação Penal 470 solicitam ao STF para terem acesso à íntegra do inquérito, que tem 78 volumes. Barbosa, então relator da

Só falta crucificar Dirceu

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Paulo Nogueira Na caça a ele vale tudo Às vezes me pergunto como Dirceu faz para manter o espírito elevado. Não me lembro de alguém que tenha sido tão continuamente perseguido pelos conservadores depois da ditadura. Lula, comparativamente, é bem tratado. Contei já que, no último almoço de final de ano da Abril com Roberto Civita vivo, um grupo de editores da Veja vibrava, no restaurante, com a perspectiva de prisão de Dirceu. Talvez eles empregassem melhor seu tempo vendo como prolongar a vida da revista na era da internet, mas não. O que importava era ver Dirceu na cadeia. A mídia não lhe dá trégua. Mais recentemente, na Era JB, a justiça também o caça sem misericórdia. Sempre há um motivo, um pretexto. É o chamado vale tudo. Agora, é um alegado telefonema proibido entre Dirceu e um secretário do governo da Bahia na Papuda. A Folha denunciou. Dirceu negou. O secretário negou. A direção do presídio investigou a negou. Mesmo assim, Dirceu está pagando pela denúncia. A presunção de inocê

30 anos do MST e o ódio da mídia

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Na semana passada, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, o MST, completou 30 anos de lutas. A mídia "privada" simplesmente omitiu este fato. Altamiro Borges publicado no Carta Maior Na semana passada, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, o MST, completou 30 anos de lutas. A mídia “privada” – nos dois sentidos da palavra – simplesmente omitiu este importante acontecimento histórico. Alguns jornais, como o oligárquico Estadão, que nasceu vendendo anúncios de trabalho escravo no século retrasado e sempre foi um raivoso inimigo das mobilizações sociais, até publicou um editorial com seus velhos ataques ao MST. Já a impressa alternativa, com seus escassos recursos – o governo prefere bancar anúncios na mídia ruralista –, procurou destacar a prolongada e vitoriosa trajetória deste movimento civilizador e discutir com seriedade os seus futuros desafios.  Vale destacar a entrevista de João Pedro Stédile aos jornalistas Igor Carvalho e Glauco Faria, da r

Tem um fusquinha no meio do caminho

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Saul Leblon,  Carta Capital "O fusca de um serralheiro incendiado por manifestantes anti-Copa simboliza o equívoco dos que oferecem destinos redentores à sociedade sem combinar com ela." Acontecimentos fortuitos muitas vezes sintetizam uma época melhor que as ações deliberadas de seus personagens. Quando Maria Antonieta – afirma-se - num rasgo de espontaneidade aconselhou a plebe rude a optar por brioches à falta do pão, revelou-se por inteiro o abismo entre a rua que acabara de derrubar a Bastilha e a monarquia agonizante de Luiz XVI. O general João Figueiredo, ditador entre 1979 e 1985, sintetizou o apreço do regime pela gente brasileira esponjando-se na língua das estrebarias: ‘Prefiro o cheiro de cavalo ao de povo’. Na largada da campanha tucana em 2010, Eliane Cantanhede, colunista da Folha, definiu-se melhor que seus críticos ao explicar: “O PSDB é um partido de massa , mas uma massa cheirosa’. O Fusquinha 75 incendiado na avenida da C

Fascismo à Brasileira

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Leandro Dias* Parece crescente e cada vez mais evidente no Brasil que importantes setores da classe média e classe alta simpatizam com ideais semelhantes aos que formaram o caldeirão social do fascismo Historicamente a adesão inicial ao fascismo foi um fenômeno típico das classes dominantes desesperadas e das classes médias empobrecidas e apenas pontualmente conquistou os estratos mais baixos da sociedade, ideologicamente dominados pelo trabalhismo social-democrata ou pelo comunismo. Nos mais diversos cantos do mundo, dos nazistas na Alemanha e camisas-negras na Itália, aos integralistas brasileiros e caudilhistas espanhóis seguidores de Franco, as classes médias, empobrecidas pelas sucessivas crises do pós-guerra (1921 e especialmente 1929), formaram o núcleo duro dos movimentos fascistas. Esse alinhamento ao fascismo teve como fundo principal uma profunda descrença na política, no jogo de alianças e negociatas da democracia liberal e na sua incapacidade de solucionar as cri

OSTRACISMO AO PT MARCA VISÃO DE MUNDO DE BARBOSA

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Marco Damiani 247 Penas judiciais não têm o sentido de recuperar nem ressocializar; servem para exilar e apartar da sociedade os condenados; aos párias, o ostracismo, declarou o presidente do STF; Joaquim Barbosa quis posar de ateniense e democrático; esqueceu-se, porém, de dizer que a pena de desterro por dez anos só era dada após ser reavaliada em recurso numa segunda assembleia popular; mesmo em pleno curso, punição drástica poderia ser suspensa por uma terceira reunião de cidadãos; autocracia de Barbosa mais lembra a tirania que, na Grécia Antiga, tinha seus defensores punidos com o... ostracismo O presidente do STF, Joaquim Barbosa, deixou clara uma parte importante de sua visão de mundo ao declarar, durante suas férias europeias, que os condenados na AP 470 merecem o "ostracismo". Apesar de lhe terem feito a fama de juíz implacável e esquentadinho, Barbosa espera que, a partir de agora, figuras como os ex-presidentes do PT José Dirceu e José Genoíno, o ex-pres

Por que as cotas raciais deram certo no Brasil

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Política de inclusão de negros nas universidades melhorou a qualidade do ensino e reduziu os índices de evasão. Acima de tudo, está transformando a vida de milhares de brasileiros Amauri Segalla, Mariana Brugger e Rodrigo Cardoso - publicado na Isto É Antes de pedalar pelas ruas de Amsterdã com uma bicicleta vermelha e um sorriso largo, como fez na tarde da quarta-feira da semana passada, Ícaro Luís Vidal dos Santos, 25 anos, percorreu um caminho duro, mas que poderia ter sido bem mais tortuoso. Talvez instransponível. Ele foi o primeiro cotista negro a entrar na Faculdade de Medicina da Federal da Bahia. Formando da turma de 2011, Ícaro trabalha como clínico geral em um hospital de Salvador. A foto ao lado celebra a alegria de alguém que tinha tudo para não estar ali. É que, no Brasil, a cor da pele determina as chances de uma pessoa chegar à universidade. Para pobres e alunos de escolas públicas, também são poucas as rotas disponíveis. Como tantos outros, Ícaro reúne vári