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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Perseguições políticas tiraram do Brasil o status de democracia

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Eduardo Guimarães De um par de anos para cá, e de forma crescente, não há dia em que não saiam vários artigos, na mídia dita “alternativa”, constatando que o cerco policialesco ao ex-presidente Lula tem objetivo meramente político, nada tendo que ver com “combate à corrupção”. Paralelamente, todo santo dia lemos algum blogueiro ou jornal eletrônico – e até alguns raros veículos impressos – dessa mídia alternativa (à mídia tradicional) esperneando por conta dos métodos da Operação Lava Jato, que tortura suspeitos até que acusem o PT ou alguém ligado ao PT. Repisemos, pois, o funcionamento dessas táticas inquisitoriais, começando pelas técnicas do inquisidor-mor, Sergio Moro. Prendem alguém supostamente envolvido no esquema de corrupção da Petrobrás – ou em algum suposto esquema de corrupção análogo – e o deixam mofar na cadeia até que “confesse” o que querem. Mas isso não é o pior, por incrível que pareça. Frequentemente, para que o aprisionado acuse petistas submetem-no a tortura

O PT vai perder por WO?

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FERNANDO BRITO no TIJOLAÇO   A esta altura, o mais tolo “republicano de taubaté” deveria estar vendo que o roteiro da tomada do poder segue sua marcha inexorável. Se Dilma não pode ser incriminada por qualquer benesse recebida, que o seja pelos negócios de seu marqueteiro. Se Lula não tem milhões, que seja corrupto pelos pedalinhos, pelo puxadinho, pela churrasqueira ou pela canoa de lata. O país é varrido por uma onda de moralismo que, junto com a falcatruas reais, que já deixaram de ser importantes, arrasta tudo de roldão, com um juiz e suas matilhas de policiais e promotores, que tem jurisdição sobre tudo e sobre todos, em qualquer assunto e em qualquer parte do país. E uma “tropa de reserva” de juízes e promotores que, deuses que se acham, estão dispostos a investigar até o cesto de roupa suja do ex-presidente. O Judiciário, como um todo, vive uma Síndrome de Estocolmo: está sequestrado pela mídia e apaixonou-se por ela. Viu-se elevado à condição que sempre desejou: a condi

Um publicitário na Justiça do espetáculo

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PAULO MOREIRA LEITE Do ponto de vista de quem trabalha para afastar Dilma Rousseff da presidência da República, o pedido de prisão do publicitário João Santana é uma medida da maior utilidade. Representa a possibilidade de alterar uma situação até agora pouco favorável no Tribunal Superior Eleitoral, onde as chances de cassar a chapa Dilma-Temer, vitoriosa nas eleições de 2014, se mostram mais remotas do que se costumava imaginar -- até agora. Explica-se. Tanto pela qualidade das provas reunidas até aqui, impressionantes pela fragilidade, como pelas mudanças regimentais a serem promovidas na composição do tribunal, nos próximos meses, estava em formação um quadro positivo do ponto de vista do respeito às leis em vigor e às regras da democracia. Ainda que esteja prevista, para breve, a posse de Gilmar Mendes na presidência do TSE -- justo ele, um adversário declarado e assumido do Partido dos Trabalhadores -- as outras mudanças no plenário anunciavam um ambiente de equilíbrio capaz

Por que tanto ódio?

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ROBERTO AMARAL É preciso tentar entender os motivos da unanimidade conservadora contra o PT apesar de seus governos nem reformistas serem. A direita latino-americana aceita quase-tudo, até desenvolvimento e democracia, conquanto não venham acompanhados, seja da emergência das classes populares, como pretendeu o Brasil de João Goulart e Lula, seja da defesa das soberanias nacionais dos países da região, como lá atrás intentou o segundo governo Vargas. A história não se repete, sabemos à saciedade, mas em 1954, como em 1964, em comum com os dias de hoje, organizou-se um concerto entre forças políticas derrotadas nas urnas, mais setores dominantes do grande capital e a unanimidade da grande imprensa, unificadas pelo projeto golpista gritado em nome de uma democracia que em seguida seria posta em frangalhos. Naqueles episódios, com o ingrediente perverso da insubordinação militar, o momento culminante de uma razzia anti-progresso e pró-atraso, alimentada de longa data por setores majo

A persistência do ódio na sociedade brasileira

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LEONARDO BOFF *Leonardo Boff é filósofo, teólogo e professor aposentado de Ética da UERJ É fato inegável: há muito ódio, raiva, rancor, discriminação e repulsa na sociedade brasileira. Ela sempre existiu de alguma forma. Ou alguém acha que os milhões de escravos humilhados e feitos “peças” e as mulheres à disposição da volúpia sexual dos patrões e de seus filhos, não provocava surdo rancor e profundo ódio? É o que explica os centenas e centenas de quilombos por todas as partes no Brasil. E o ódio dos patrões que com o chibata castigavam seus escravos desobedientes no pelourinho? O ódio pertence à zona do de mistério. A própria Bíblia não sabe explica-lo e o vê já presente desde o começo, no jardim do Éden; o primeiro crime ocorreu com Caim que por inveja, que produz ódio, matou a seu irmão Abel. O mandamento era claro: ”Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”(Levítico 19,18; Mateus 5,43). O ódio é inimigo dos homens e de Deus e ele semeia a cizânia na terra (Mt 13,19). Mas