PCdoB, de Astrojildo a Amazonas

Por Daniel Ilirian Carvalho*

É a humanidade quem conduz a história, através de seus membros que desde as primeiras civilizações buscaram organizar-se. Pode-se crer em deuses - a maioria assim procede -, mas a realidade está aí a ser enfrentada, confrontada, construída e transformada.

É da realidade que trata a história. E foi a necessidade de organização social que permitiu ao homem a evolução de seu estágio mais primitivo até os dias atuais. É sobre as diferentes formas de organização social que o historiador se debruça. Entendê-las no tempo e no espaço é nossa obrigação. Ou, mais modestamente, torná-las inteligíveis aos olhares presentes.

Porém, esta evolução não se deu naturalmente, pois conflitos sempre houve. Conflitos por disputas de território, alimento, poder etc. Tais batalhas permanecem até hoje. Mas nesta luta, os homens sempre se posicionaram demonstrando o que desejavam. Saltando nesta viagem pelo desenvolvimento do homem, nos deparamos com o país em que vivemos há exatos 90 anos.

Um grupo de anarquistas percebeu a óbvia necessidade de evoluir do mero voluntarismo para a organização, através de textos de um filósofo alemão que sonhava em transformar a difícil realidade. Foi neste quadro que tais pessoas decidiram formar um grupo político que soubesse conduzir de forma mais efetiva a luta dos trabalhadores contra as opressões pelas quais sofriam. Este grupo era um partido denominado comunista, pois reunia ideias de justiça social e liberdade.

Assim, em 25 de março de 1922, nasceu o Partido Comunista do Brasil. A trajetória deste partido contribuiu para a formação histórica do país desde então. Através dele o trabalhador brasileiro pôde reivindicar suas questões mais caras. Tornou-o mais atento de sua importância para a produção de riquezas no país, ao mesmo tempo em que acaba distanciado pela lógica do capital.

Este papel, o Partido Comunista sempre buscou amparado teoricamente na obra de Marx e Lênin. Enfrentou também a reação da elite conservadora detentora de privilégios. Assim foi posto na ilegalidade, mas sem deixar de se mostrar presente e se posicionar. Vítima de covardes chacinas, soube se reerguer, se refez e se reorganizou, porque sempre foi ciente de suas forças e sua importância histórica no desenvolvimento social do país.

A mais importante delas se deu em 1962, quando em meio a uma crise ideológica, diante do controverso governo soviético liderado por Stálin, morto em 1953, não capitulou e reafirmou suas convicções políticas e teóricas para seguir em frente. E assim procedeu até os dias atuais, em que participou ativamente nas conquistas de que hoje desfruta a sociedade brasileira.

A história do país ainda é escrita e com problemas a serem superados. As contradições não foram resolvidas e há um longo caminho pela frente. O Partido Comunista do Brasil está neste caminho e busca seu espaço para continuar interferindo na realidade. Sua bela trajetória é digna de atento olhar histórico. E na memória de pessoas como Astrojildo Pereira, Otávio Brandão, Luis Carlos Prestes, Maurício Grabois e João Amazonas temos a referência do significado da luta por valores imprescindíveis à humanidade.

Noventa anos transformando a realidade brasileira. Parabéns, PCdoB!

*Mestre em História

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