“Mercado” não dá a mínima para a mídia brasileira

Tijolaço

No mesmo dia em que os jornais festejavam a inflação em alta, os executivos financeiros já punham por escrito que ela vai baixar

Na sexta-feira, enquanto a imprensa explodia de alegria, na internet, com o fato de o índice de inflação acumulado ter ficado o,01%  acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, os escritórios de análise econômica das grandes instituições  financeiras enviavam ao BC suas previsões de inflação para 2011.

E é mais do que curioso que, enquanto os jornais de sábado escancaravam que “o mundo está perdido”, aquela turma, que gosta tanto de dinheiro que não vai atrás de conversa fiada estivesse dizendo outra coisa nas informações que enviam ao Banco Central.

Algo que apareceu hoje cedo, quando o BC publicou o Boletim Focus, elaborado com as expectativas enviadas semana passada pelas instituições financeiras.E que é totalmente diferente das manchetes dos jornais.

O”mercado” sabe que a inflação vai cair, porque está puxada, basicamente, pelos combustíveis – que, apesar da inação da ANP, vai cair de preço – e reduziu de 6,37 para 6,33% sua previsão de taxa inflacionária.

E vai baixar mais, porque já conseguiu o aumento de juros que lhes foi possível (0,25%) e já sentiu que a dupla Guido Mantega (Fazenda) – Alexandre Tombini (BC) não vai funcionar na base de “o mercado estala os dedos e o Governo obedece” e não vão levar mais no grito. E também viram que a Presidenta Dilma Rousseff não tem medo de cara feia.

Reparem que é o mesmo que aconteceu com a cotação do dólar, na qual forçaram a mão e só cederam quando iam começar a perder dinheiro com suas posições em moeda americana.

O papel da imprensa, para o “mercado”, é só o de fazer fogo de barragem para que os interesses econômicos avançarem. Um papel a que muitos dos editores e “grandes nomes” do jornalismo econômico se entregam com grande prazer.

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