PITBULL DOS BANCOS JÁ ADOTA DISCURSO SOCIOPATA
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BRASIL 247
Economista Alexandre Schwartsman diz que, "para começar o jogo", a taxa de juros deveria subir quatro pontos; o desemprego, na sua visão, deveria saltar dos atuais 5% para 7,5%; apesar de tudo isso, o analista de conjuntura econômica (ex-Santander) diz não ser sádico; afinal, ele merece ou não uma tomatada?
247 - O economista Alexandre Schwartsman, ex-Santander (nem os espanhois conseguiram mantê-lo), continua em sua cruzada ensandecida pela alta das taxas de juros. De certa forma, são suas ideias que inspiram momentos baixos do jornalismo brasileiro, como as capas deste fim de semana das revistas Veja e Época. Em entrevista ao jornalista Leandro Modé, ele afirma, com todas as letras, que a taxa de juros deveria subir quatro pontos "para começar o jogo". Ele pede ainda que o governo promova um aumento do desemprego dos atuais 5% para 7,5%. Afinal, o personagem merece ou não uma tomatada?
Confira a entrevista dele a Leandro Modé:
O sr. já declarou, em entrevistas e artigos, que o desemprego precisa subir para ajudar a inflação a cair. Por quê?
Minha posição está relacionada ao diagnóstico do porquê a inflação está alta. Embora haja um discurso de que a questão de fundo é um choque de oferta, os dados não embasam esse diagnóstico. Não é a inflação do tomate, a do pepino, a do chuchu, a do feijão etc. A inflação é um fenômeno disseminado, que reflete o fato de que os salários vêm crescendo mais do que a produtividade. Ou seja, trata-se de um fenômeno inflacionário absolutamente padrão. Resulta de um mercado de trabalho excessivamente aquecido, de uma taxa de desemprego muito baixa. Para combater a inflação, será preciso desafogar o mercado de trabalho. E isso demanda uma taxa de desemprego mais alta do que hoje. Mas eu não acredito que algo será feito.
Então o sr. não acredita que o Banco Central elevará a taxa básica de juros semana que vem?
Eu acho que o BC vai mexer, inclusive agora em abril. Só acho que não farão o suficiente para debelar o processo inflacionário. Vão fazer uma alta modesta da taxa de juros, no máximo 1,5 ponto porcentual.
Qual seria a alta necessária?
Estamos falando de alguma coisa como 4 pontos porcentuais para começar o jogo.
Qual sua estimativa para o nível da taxa de desemprego para que houvesse a redução?
Nas condições atuais, eu diria que a taxa de desemprego deveria ir para algo como 7% ou 7,5%. Mas friso: isso depende das expectativas de inflação.
Nesse debate, às vezes parece que analistas com a sua posição são sádicos por defenderem mais desemprego.
Não é questão de sadismo. Cedo ou tarde, a questão vai se traduzir em perda de emprego. Não é que estejamos defendendo o desemprego. Estamos defendendo o mínimo de desemprego a partir do momento em que a inflação saiu do controle. Quanto mais adiar, pior fica. Se formos lidar com o problema só em 2015, sairá muito mais caro. Sei que é um tema que será politizado. Sei que vou apanhar. Mas não muda o viés econômico. Se quiser resolver o problema, vai ter de passar por aí.
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