PETROBRAS, US$ 108 BILHÕES, VOLTA A SER A MAIOR DA AL

Marco Damiani no BRASIL 247





Estatal presidida por Graça Foster colhe os louros pela política de investir em prospecção no pré-sal, compartilhar exploração com gigantes do petróleo, preservar domínio territorial e concretizar plano bilionário de investimentos; companhia é avaliada em US$ 108,5 bilhões e volta a ser a maior da América Latina; ações sobem 3% na bolsa, impulsionadas por declaração do ministro Guido Mantega sobre possível reajuste de combustíveis até o final do ano; companhia vai fazendo lição de casa; "Provocamos um círculo virtuoso, em que quanto mais prospectamos, mais encontramos petróleo e mais fazemos receitas próprias", explica Graça; plano de investimento para próximos 15 anos não prevê necessidade de captações financeiras; crítica irresponsável à companhia é respondida pelos fatos


Baixem a crista os críticos irresponsáveis da Petrobras. É de conhecimento do mercado há algumas horas que a estatal brasileira de petróleo retomou o primeiro lugar no ranking das maiores companhias da América Latina, posição que vinha sendo ocupada pela Ambev, de Jorge Paulo Lehman. A empresa comandada pela funcionária de carreira Graça Foster chega a US$ 108,57 bilhões de valor de mercado, poderio que a coloca acima da companhia de bebidas (US$ 105,56 bi), do Itaú Unibanco (US$ 83,67), da mexicana American Movil (US$ 83,5) e da colombiana Ecopetrol (US$ 71,23 bi).

O levantamento é da respeitada consultoria Ecomática, com base no preço de mercado das ações negociadas em bolsa. Para a estatal, o reconhecimento chega num momento de paz e produtividade interna, e guerra aberta nos meios políticos. Sob o comando de Graça, a companhia passou a executar nos últimos três anos políticas de longo prazo que tinham como base a prospecção de petróleo, uma verdadeira obsessão da atual presidente. Respaldada pela presidente Dilma, com quem tem uma sintonia quase telepática, sua gestão foi sacudida por ataques especulativos em todas as frentes.

No principal front da guerra, o mercado financeiro, as ações da Petrobras foram derrubadas ao piso de R$ 12,64, em fevereiro, mas nesta quarta-feira 6 chegavam a R$ 20,22, com alta de 3,10% no dia, às 13h50. A subida com jeito de disparada vai sendo atribuída ao posicionamento do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem, admitindo à agência Reuters que este ano, "a exemplo do que tem acontecido todos os anos", um reajuste no preço dos combustíveis poderá ocorrer até dezembro. De fato, no ano passado, em novembro, a gasolina subiu 3% e o óleo diesel. Também houve reajustes em 2012.

Mais que isso, os fundamentos da Petrobras também estão se mostrando cada vez mais sólidos, depois de terem resistido a diversos tipos de especulação. Talvez se tente atribuir a alta exclusivamente ao pronunciamento de Mantega, mas para a alta superior a 3% certamente o mercado também está reconhecendo que a companhia merece ser avaliada com seriedade e sem partidarismo. Por seus resultados.

A Economatica apurou que o valor de mercado da Petrobras ultrapassou o da AmBev em 5 de agosto. Esta situação já tinha acontecido em 22 de julho do ano passado, mas logo a estatal voltou para a segunda posição. O maior valor de mercado já atingido pela empresa na sua história foi no dia 21 de maio de 2008: US$ 309,48 bilhões. Os pessimistas podem dizer que a estatal vale hoje um terço do que já foi. Mas também dá para enxergar o quanto se pode crescer.

A personagem pública responsável pela Petrobras não se abala com as críticas e sabe comemorar suas conquistas. No mês passado, a Petrobras quebrou o recorde de extração de barris de petróleo do pré-sal, ultrapassando a marca dos 500 mil.


- Nosso plano de investimentos para 2017 não prevê a necessidade de nenhuma injeção de capital, lembrou a presidente, em junho, a jornalistas de meios eletrônicos.

- Nós estamos conseguindo produzir um círculo virtuoso, no qual prospectamos mais, descobrimos mais e aumentamos, assim, as nossas receitas. Você consegue aumentar a gasolina com um telefonema, mas não consegue aumentar a produção de petróleo com um telefonema. Tem muito trabalho atrás disso, frisou ela.

Abaixo, reportagem do portal Infomoney sobre os resultados da Petrobras na Bolsa nesta quarta-feira 6:

Em dia volátil e de olho no exterior, Ibovespa volta a subir com Petrobras e bancos

Lara Rizério

SÃO PAULO - Em um movimento de volatilidade bastante similar ao de ontem, o Ibovespa segue os EUA e vira para alta, mas com as tensões na Ucrânia ainda no radar. Às 11h57 (horário de Brasília), o índice registrava ganhos de 0,47%, a 56.481 pontos, após cair 0,90% na mínima do dia. O índice acompanha Wall Street que, após abrir em queda, diminuiu as perdas. Vale e bancos voltam a registrar ganhos nesta sessão.

Em destaque, estão a volatilidade das ações da Petrobras (PETR3;PETR4), que passou de baixa para expressiva alta de 2,5%. Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que em todos os anos houve correção nos preços da gasolina e que o comportamento do governo é continuar com reajustes normais, mas negou que haverá "tarifaço" após as eleições de outubro.

"Quando ocorrerá o aumento, essa é decisão que mexe com o mercado, com ações, não se comenta. É questão das empresas responsáveis", acrescentou o ministro, que também é presidente do Conselho de Administração da Petrobras. O mercado fica ainda na expectativa pela divulgação da pesquisa Ibope, que deve ser revelada amanhã à noite pela Rede Globo de Televisão

Enquanto isso, as bolsas europeias registram baixa, com a crescente tensão na Ucrânia e com os números ruins da economia da zona do euro. Ontem, o ministro de relações exteriores da Polônia disse que o acúmulo de tropas russas na fronteira com Ucrânia pode ser prenúncio de invasão. Investidores seguem cautelosos, com receios de essas sinalizações sejam um indício de um conflito militar entre os dois países. Já com relação aos dados econômicos, o PIB (Produto Interno Bruto) da Itália caiu 0,3% no segundo trimestre de 2014 ante o mesmo período do ano anterior, mostrando que a recuperação da zona do euro ainda patina.

Destaques da Bolsa

As ações da Gol (GOLL4) apresentam alta nesta sessão, de mais de 2%, repercurtindo o acordo anunciado nesta quarta-feira. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições o acordo de compartilhamento de voos entre a VRG Linhas Aéreas, subsidiária da Gol Linhas Aéreas, e a Etihad Airways, com sede em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Enquanto isso, as ações do BB Seguridade (BBSE3) registram uma das maiores perdas do índice após ter sua recomendação reduzida de overweight (exposição acima da média do mercado) para neutra pelo JPMorgan.

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