IRONIA E AGRESSÕES CRESCEM NA CRÍTICA ECONÔMICA

BRASIL 247




Resistência da presidente Dilma Rousseff em manter o primeiro lugar nas pesquisas e chance de vitória em primeiro turno despertam fúria no mercado financeiro; de fora, jornal inglês Financial Times se diverte com o que chamou de "dança da cordinha"; é a regressão na expectativa do PIB projetada por profissionais de bancos e corretoras; guia dos banqueiros lamenta que a avaliação do governo Dilma "cresceu no Ibope"; de dentro, perdendo a classe, consultoria Rosenberg & Associados, de Luiz Paulo Rosenberg (foto menor), deplora informar a seus clientes que Dilma tem 60% de chances de se reeleger; "Cenário mais provável é a continuidade da mediocridade"; e diz ainda que Dilma seria "poste que se transformou em porrete contra o senso comum"; análise ou torcida?

O mercado financeiro continua reagindo mal à associação de fatos que indicam a resistência da presidente Dilma Rousseff em manter-se à frente nas pesquisas de opinião, com chances reais de vencer a disputa em primeiro turno, a projeções sobre a economia feitas pelo próprio mercado financeiro. Entre o que é a realidade política e o que pode ser uma ficção econômica – já há expectativas de analistas, nem sempre identificados, de que até 2018 o Brasil terá PIB baixo e inflação alta, como está na manchete do jornal Folha de S. Paulo --, a verdade é que os nervos estão à flor da pelo entre banqueiros, consultores e executivos do poderoso ramo financeiro da economia.

Do exterior, o jornal inglês Financial Times voltou a mostrar suas garras de ironia. Nota na seção sobre países dos Brics classificou como "dança da cordinha" a redução das expectativas de crescimento criadas pelo próprio mercado financeiro para o Brasil. No Boletim Focus publicado na segunda-feira 11, a mediana das projeções de economistas ouvidos pelo Banco Central mostrou redução, pela 11ª semana consecutiva, das expectativas de crescimento para 2014. Elas convergem, agora, para 0,81% de elevação do PIB neste ano.

Divertindo-se a valer com isso, o FT não demonstrou nenhum senso de humor, na mesma nota, ao lembrar seus leitores que "a avaliação do governo" da presidente Dilma Rousseff "subiu no Ibope". O dado indicou que ela não está sofrendo nas pesquisas como seus adversários gostariam que estivesse. O FT, por isso, se mostrou amuado logo depois da fazer sua imagem.

Por aqui, a consultoria Rosemberg & Associados, de um dos formuladores do Plano Cruzado – o que congelou preços e terminou com uma chuva de aumentos de tarifas públicas, no governo José Sarney -, Luiz Paulo Rosemberg, partiu para esmurrar o estilo. Entre conceitos vagos e descompromisso com o respeito ao adversário, perpetrou mais uma análise financeira, assinada por quatro economistas, em tudo mau humorada, mau sustentada e francamente resignada.

O relatório da Rosemberg transmitido a clientes da casa, entre os quais os bancos Itaú e Santander, parte de uma análise política assumidamente de oposição.

- [Dilma] está plantada numa sólida diferença para os demais [candidatos] que, se não é confortável, é desencorajante", assegura o texto, que passa a lamentar uma regra da eleição, a distribuição do horário eleitoral pela televisão de acordo com regras de proporcionalidade partidária garantidas pelo TSE.

- [Dilma] vai dispor de muito mais tempo que os outros para 'alertar' a classe baixa de que a elite está tentando anular suas conquistas e trazer de volta um passado de dificuldades, reclamam os analistas.

O passo seguinte é um golpe baixo, desferido a partir de conceitos vagos e termos grosseiros

- É por isto que, visto de hoje, o cenário mais provável é a continuidade da mediocridade, do descompromisso com a Lógica, do mau humor prepotente do poste que se transformou em porrete contra o senso comum.

Vale perguntar: Lógica de quem, cara pálida? Da banca ou do pato? Senso comum de quem? Dos espertos ou dos trouxas?

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