Oposição pode se preparar para CPI. Mas, o governo preparar-se virou pecado mortal

Blog do Zé Dirceu 
A oposição e sua fiel aliada, a revista Veja, forjaram e tentam agora, a todo custo, explorar um escândalo sem pé nem cabeça em torno dessa história de que executivos da Petrobras que foram depor à CPI receberam respostas prontas e foram treinados sobre o que responder na comissão. A primeira pergunta a se fazer é simples: não podiam, era para ir sem treinamento?

Outras perguntas que não calam: pode a revista VEJA se infiltrar ilegalmente, seja no Senado, seja na Petrobras e fazer gravações, geralmente cooptando, quando não aliciando funcionários para realizar essas gravações ilegais? Pode a oposição se reunir com funcionários da Petrobras, ex-diretores, assessores do Senado e da Câmara, parlamentares, delegados da Polícia Federal (PF), procuradores, para organizar as perguntas e para preparar as sessões da CPI ?

Se podem e se fazem à luz do dia ou nas sombras – como atua a revista Veja -, porque assessores e parlamentares do governo não podem fazer o mesmo para provar que as denúncias e acusações contra a empresa e/ou seus diretores não procedem? A própria empresa não pode defender seus diretores, ou ex-diretores, a oposição não quer nem deixa?

O direito de defesa e ao contraditório é letra morta?
Representantes da Petrobras não podem se reunir com assessores e parlamentares que acreditam nas suas razões e explicações e querem conhecer os fatos e provas que inocentam os diretores e a estatal das acusações da oposição? O direito de defesa é letra morta, só vale para a oposição, não vale para a empresa e seus diretores? Nem a presunção da inocência e o direito ao contraditório?

As CPIs da Petrobras – a Mista e a exclusiva do Senado – foram criadas por iniciativa da oposição para investigar eventuais malfeitos da empresa. Em tese, o objetivo da oposição é demonstrar erros do governo e da administração da estatal, que a teriam prejudicado. De outro lado, o objetivo do governo, da estatal e de seus administradores é demonstrar que nada de errado ou malfeito aconteceu.

Assim, qual a conclusão óbvia? Que há dois lados opostos que devem ter se reunido – cada um de seu lado – com assessores, juristas, parlamentares das CPIs e quem mais necessário, para ser bem sucedido nos depoimentos e nos debates.

Preparar-se para a CPI, do lado do governo e da Petrobras virou pecado mortal
Mas, de um lado, a reunião preparatória para os debates, da parte do governo e da empresa, virou pecado mortal para a grande imprensa brasileira. Por esta visão da mídia, somente a oposição continua com inteira liberdade para se reunir sem ser molestada, treinar e formular perguntas e os questionamentos que achar necessários preparados nas suas reuniões secretas.

Vê-se, então, com absoluta clareza, que a grande imprensa brasileira tem partido nessas eleições. Ela espionou o lado do governo, o da Petrobras, e tenta criminalizar as reuniões preparatórias governistas, sem citar e menos ainda molestar as reuniões da oposição.

Em síntese, é o que também diz o jornalista Jânio de Freitas em sua coluna “O banal faz escândalo”, publicada hoje na Folha de S.Paulo. Jânio lembra que a prática de perguntas antecipadas e treinamento de depoentes para respondê-las sempre ocorre em CPIs e critica a oposição por não apurar nem investigar nada e ficar à espera para forjar escândalos em cima só de denúncias que ela mesma monta na imprensa.

“As lideranças do PSDB e do DEM – diz o colunista – ficam à espera do que a imprensa publique, para então quatro ou cinco oposicionistas palavrosos saírem com suas declarações de sempre e com os processos judiciais imaginados pelo deputado-promotor Carlos Sampaio. Não pesquisam nada, não estudam nada, apenas ciscam pedaços de publicações para fazer escândalo.”

Leiam, na íntegra todo o artigo do Janio de Freitas acessando aqui:http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2014/08/1495795-o-banal-faz-escandalo.shtml

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