Protecionismo é ruim só quando é nosso

Tijolaço



A decisão dos EUA de cancelar a compra dos aviões Super-Tucano (20 unidades, com possibilidade de chegar a 55 aeronaves) para treinamento de sua Força Aérea não tem nenhuma razão formal ou burocrática.

É o bom e velho protecionismo em ação.

A Embraer cumpriu todas as regras: associou-se a uma empresa americana, ia produzir lá 80% da aeronave – aqui, nossas exigências de conteúdo nacional raramente superam os 65% -  e não havia questões de tecnologia a transferir.

Ao contrário, aliás, o fato de o avião da Embraer contar com sistema inercial de voo, computador de bordo, motor, hélice, e outros sistemas de origem norte-americana foi a razão para aquele país impedir-nos de vende-lo à Venezuela.

Mas na hora de ceder à pressão do lobby da Beechcraft e da Lockheed, aí os aviões não são “suficientemente americanos”.

E é claro que isso tem a ver com a questão da compra dos caças do programa FX-2, no qual os americanos querem nos vender os F-22 da Boeing.

E os bobocas aqui dizendo que o que vale é a “análise técnica” dos aviões. A oficial-aviadora Eliane Cantanhede, da esquadrilha da Folha, então, é brevetada nisso.

A possibilidade de um avião destes ser prejudicado em combate por um fiapo tecnológico é tão perto de zero que não é possível nem imagina-la.

Mas o poder gerado pela transferência de tecnologia e pela capacidade nacional de realizar, em ponto maior, projetos bem sucedidos como o do Super-Tucano é evidente.

E tecnologia, no poder bélico hoje, como em todos os tempos, é a verdadeira arma.  Abrir mão dela é desarmar-se.

O que não seria mau, se todos os fizessem. Mas não fazem.

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