PMs baianos são suspeitos de 25 mortes durante greve
Brasil 247
"Corporação tem conhecimento de muitos casos, mas eles são abafados pela cultura dos militares", diz o secretário de segurança da Bahia, Maurício Barbosa
Segundo dados do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), há "fortes indícios" de execução em 45 dos 180 casos. Entre eles, existe a suspeita de participação de policiais ou ex-policiais militares em "de 25 a 30" assassinatos no período, segundo o diretor do órgão, delegado Arthur Gallas. Os "15 ou 20 restantes" são atribuídos a disputas entre traficantes de drogas e cobranças de dívidas do tráfico.
"Os crimes suspeitos de envolver policiais são característicos desses grupos que fazem segurança clandestina em áreas populares a pedido de comerciantes", afirma Gallas. "Em todos esses casos as vítimas são jovens, negras, usuárias de drogas, sem residência fixa, com histórico de furtos e roubos nas regiões em que circulavam. Pessoas que prejudicam os negócios dos comerciantes."
Dificuldades
De acordo com Gallas, há "vários PMs suspeitos" de envolvimentos nos crimes, mas há dificuldades nas investigações - entre outros motivos, pela pouca colaboração dada por próprios integrantes da PM. "As corporações têm conhecimento de muitos dos casos, mas eles são abafados, pela própria cultura dos militares", avalia. Possíveis ligações entre os PMs suspeitos de participar das mortes e o comando grevista também estão sendo investigados. "Ainda não temos elementos para atribuir os homicídios ao comando da greve, mas há fortes indícios, em alguns casos, da intenção de causar comoção na sociedade para pressionar o governo", afirma o Secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa.
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