CPI da Privataria Tucana será protocolada com mais 'força política'

Protóneges Queiroz passa mais um dia atrás de deputados antes de entrar com pedido nesta quarta. Com mais assinaturas, tenta evitar engavetamento. Segundo ele, deputados ligados a Aécio Neves apoiam. Rival de José Serra, Aécio diz não ter opinião sobre CPI, nem conversado sobre isso. Para senador que atua com teles e liderou PT com FHC, Justiça é que deveria agir.
BRASÍLIA – O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) vai protocolar nesta quarta-feira (21), ao meio dia, o pedido de criação de uma CPI da Privataria Tucana, com o propósito de investigar denúncias feitas por um livro homônimo de que teria havido corrupção na venda de estatais no governo Fernando Henrique e de que o ex-ministro José Serra estaria envolvido de alguma forma.

A intenção inicial do parlamentar era entrar com o pedido nesta terça-feira (20), mas ele preferiu passar mais um dia coletando assinaturas. Por volta das 16h desta terça, dizia ter mais de 200 – o mínimo deveriam ser 171. Quanto mais assinaturas reunir, mais fácil o deputado acha que será conseguir a efetiva instalação da CPI. “O pedido terá mais força política.”

Protógenes disse ter obtido apoio para criar a CPI inclusive entre tucanos. “Os deputados mais ligados ao núcleo duro do PSDB não assinaram, mas outras mais ligados ao [senador] Aécio [Neves] estão se sentindo liberados [para assinar]”, afirmou.

Diante da afirmação, a reportagem perguntou ao senador sobre a CPI, depois de ele participar, na Câmara dos Deputados, de um ato da Frente Parlamentar em Defesa das Políticas de Adoção e Convivência Familiar e Comunitária, da qual é um dos coordenadores.

Qual a opinião do senhor sobre a eventual instalação de uma CPI da Privataria?

"Não tenho nenhuma. Acho que a Casa tem coisas mais importantes para fazer."

O deputado que está colhendo assinaturas disse que está percebendo que deputados ligados ao senhor estão se sentindo liberados para assinar o requerimento
.

"Eu não conheço o deputado que está colhendo as assinaturas. Eu não quero falar sobre esse assunto, eu não tenho nem o que falar, não sei nem o que está acontecendo com isso aí..."

Mas ele objetivamente disse que deputados ligados ao senhor estão assinando o requerimento.

"Eu não conversei com ninguém sobre esse assunto."

Ao contrário de Aécio Neves, o também senador Walter Pinheiro (PT-BA), parlamentar com atuação ligada a temas na área de telecomunicações desde que era deputado e líder do PT na Câmara no governo FHC, tem opinião sobre uma CPI da Privataria. É contra.

Para o petista, uma CPI só produziria disputa política, sem gerar consequências práticas pelo que ele entende ter havido de irregular na privatização das teles, ou seja, sem que prejuízos causados aos cofres públicos fossem ressarcidos, sem que culpados fossem presos, sem que atos contrários ao interesse públicos fossem anulados.

Pinheiro lembra que já há uma série de ações na Justiça, inclusive de autoria dele e advogados do PT como o hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antonio Dias Toffoli, contestando procedimentos relativos à venda das teles.

“Nós não fizemos essas ações porque éramos contra o PSDB, mas contra uma modelagem que entregou o patrimônio público brasileiro a preço de banana”, disse Pinheiro à Carta Maior.

Na avaliação do senador, uma CPI poderia inclusive atrapalhar o andamento das ações na Justiça, em vez de criar um clima que apressasse decisões no Judiciário. “Ficaria a pecha de que é uma guerra partidária”, disse.

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