Mello: a Globo não respeita merendeiros?



Brigadeiro não respeitava marmiteiros: apanhou nas urnas
por Rodrigo Vianna


O brigadeiro Eduardo Gomes perdeu uma eleição à Presidência da República por ter dito que “não precisava do voto dos marmiteiros”. A informação espalhou-se rapidamente pelo Brasil, numa época em que não havia TV nem internet. E o brigadeiro, candidato da UDN, ficou com o rótulo de elitista.

A velha UDN detestava Vargas e o trabalhismo. A nova UDN (PSDB-DEM, em parceria com Globo/Folha/Veja) detesta Lula e o trabalhismo do século 21.

Por que lembro dessa história? Porque o blog do Mello acaba de publicar um vídeo eloquente. No mesmo dia em que divulgou a nova “Declaração de Princípios” (hehehehe!) do jornalismo dirigido por Ali Kamel, o “JN” levou ao ar reportagem que contraria o código. É simples, didático, a mostrar o grau de hipocrisia dessa turma.

Confira aqui o vídeo publicado pelo Blog do Mello.

Sobre a tal “Declaração de Princípios” da Globo, Azenha lembrou no “VioMundo” outra declaração desse tipo: foi em 89 – ano em que, como se sabe, a Globo NÃO ajudou Collor a se eleger. Não, aquilo foi miragem.

A manipulação no jornalismo global (a despeito da qualidade técnica, e do esforço de dezenas de colegas jornalistas a quem respeito e admiro) não existe. É feito o racismo no Brasil: não existe!

Curioso que, seis meses depois de uma eleição em que a Globo de Ali Kamel foi derrotada pela segunda vez (a primeira foi em 2006), a emissora venha a público com esse “Manual de boas condutas”. Esse manual estava em vigor no dia da “reportagem da bolinha de papel”?
Hum…

Fiquemos assim: esse manual vale pra tudo, menos para reportagens que envolvam merendeiros e lideranças de origem trabalhista.

É isso?

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