Sem coragem de colocar peças na TV, Serra ataca Dilma na web

Vermelho

Faltando dez dias para as eleições, a campanha do candidato do PSDB, José Serra, decidiu apelar de vez para a baixaria e o terrorismo eleitoral. Sem coragem de colocar na TV peças agressivas contra a adversária Dilma Rousseff (PT), sua campanha optou por deixar apenas na internet vídeos com acusações grosseiras contra o PT e a candidata de Lula.

As peças buscam omitir o vínculo com a campanha tucana. Apenas uma linha de texto disposta em letras minúsculas em ângulo vertical no canto esquerdo da tela registra que a peça é de autoria da coligação de Serra. Segundo pesquisas internas do partido, o tucano não ganharia apoio de eleitores ao adotar um tom mais agressivo contra Dilma.

"O PT persegue adversário e a família de seus adversários. O PT tenta controlar a imprensa. O PT financia movimentos radicais e apoia ditadores. O PT quer trazer de volta todos os políticos cassados no 'mensalão'. Lula segurou o PT, mas será que a Dilma vai segurar?", questiona o locutor no primeiro dos vídeos.

Em outro vídeo, uma mulher representando Dilma fica repetindo o tempo todo que é "amiga do presidente" enquanto um ator representando um empresário fica repetindo que o "seu currículo ´é muito ruim".

Os tucanos pretendem levar à internet cerca de sete vídeos já preparados única e exclusivamente para a web. O primeiro a ir ao ar fala ainda sobre a escolha da petista para ocupar o cargo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Dilma foi escolhida a dedo pelo PT por um motivo muito simples, ela vai trazer de volta todos os petistas que foram cassados e renunciaram".

Os filmes foram feitos por Adriano Gehres, que já trabalhou para o DEM e PT. Segundo integrantes da campanha, não houve uma contratação formal e a iniciativa partiu de políticos que defendem acirrar o tom contra Dilma. O jornalista Luiz Gonzalez é o responsável pelo marketing da campanha tucana e o estrategista dos programas tucanos no horário eleitoral gratuito na TV e no rádio, que não reproduzirão os vídeos.

Tática de vira-latas

O deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) lembra em seu blog que o artigo 51, Inciso IV, da Lei 9504, que regula a propaganda eleitoral expressa que “na veiculação das inserções é vedada a utilização de gravações externas, montagens ou trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais, e a veiculação de mensagens que possam degradar ou ridicularizar candidato, partido ou coligação.”

"Pois é exatamente isso do que se vale a ofensiva terrorista tucana no seu desespero diante da derrota anunciada", diz Brizola Neto.

Segundo ele, "os vídeos, aprovados por José Serra, se valem de todos os recursos proibidos em uma campanha eleitoral: montagem, trucagem e efeitos especiais para reforçar a agressividade do que pretendem disseminar para assustar a sociedade".

"O terrorismo eleitoral dos vídeos é o retrato de uma campanha derrotada, que abandonou qualquer princípio ético, e tenta manipular as pessoas pelo sentimento do medo. Não se trata de nenhuma novidade em se tratando de Serra. Em 2002, ele recorreu a um vídeo com Regina Duarte dizendo que tinha medo do que seria o país com Lula. O povo ignorou o temor da atriz e votou sem medo de ser feliz", lembra Brizola Neto.

Para o deputado fluminense, o fato da campanha de José Serra apelar para tanta baixaria vai fazer com que o tucano saia dessa campanha "não apenas menor do que entrou. Sairá escorraçado como um vira-latas, junto com seus rottweillers".

Veja abaixo os vídeos que a campanha de Serra não têm coragem de levar à TV:



Cláudio Gonzalez,
com agências

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