Caminhoneiros que trabalhavam para LLX no Porto do Açu levam calote

Ururau

Empresa que contratou os caminhoneiros fechou suas portas na região

O desenvolvimento verdadeiramente chegou à região Norte Fluminense com os mega empreendimentos que estão sendo instalados nas cidades de Campos e Quissamã, com o Complexo Logístico da Barra do Furado e em São João da Barra, com o Super Porto do Açu. Mas para que esses mega projetos possam se tornar realidade é necessário ter seriedade e compromisso.

Um grupo de caminhoneiros que iniciou suas atividades em fevereiro deste ano, na construção do Porto do Açu, meses depois vê seus sonhos se desmoronarem. A promessa (não houve assinatura de contrato) era de que o prazo de trabalho seria de três anos.

Contratados para fazerem o transporte de pedras para o Porto, um grupo de 24 caminhoneiros que trabalhou com seus próprios veículos, foram surpreendidos no último dia 22, quando descobriram que a firma que os contratou, simplesmente fechou as portas em Campos e em São Fidélis, e foi embora, além de não quitarem uma série de compromissos, ainda levaram 22 carteiras de trabalho do grupo de trabalhadores.

Entre a LLX (empresa logística da EBX) e o grupo de caminhoneiros, existem o consórcio A.R.G./Civilport e a TNL Transnordeste Logística Ltda., ou seja, quatro partes. Os caminhoneiros eram devidamente cadastrados e portavam crachás personalizados, com os nomes de todas as empresas envolvidas neste processo.

Os caminhões possuem a logomarca da empresa TNL e licença fixa para a permissão de entrada no Porto.

Tudo caminhava bem até o último dia 22 de setembro, uma terça-feira, quando a TNL não faz se fez presente na realização do trabalho e deixou o grupo sem ter o que fazer e sem saber a quem recorrer. No posto de gasolina que era fixada a base da empresa, na Avenida Presidente Vargas, 285, na Pecuária, onde os caminhoneiros se alimentavam, a empresa fez uma verdadeira limpeza na madrugada da sexta-feira (25/09) e levou todo o seu material sem deixar rastros e satisfação.

O pagamento do mês de setembro não foi efetuado e a própria empresa reconheceu o débito em acordo posterior.

Os caminhoneiros, viram as carrocerias comprometidas com o desgaste causado pelo transporte de pedras, que deveria ter no máximo duas toneladas, e muitas vezes, conforme tickets que comprovam a denúncia, tinham até 10 toneladas. A carga máxima era de 27 toneladas, mas conforme pesagens que eram realizadas na saída da Pedreira Morro Azul e na entrada do Porto, o peso era bem superior.

“Fomos enganados. Todo esse tempo eles queriam nosso trabalho para a construção do píer e nunca percebemos isso, até o dia em que um soltou sem querer essa informação e aí chamou nossa atenção. Oito meses depois com o píer pronto, eles estão desfazendo do nosso serviço”, declarou o caminhoneiro André Sales, 49 anos.

ACORDOS FIRMADOS E NÃO CUMPRIDOS

Desesperados com a situação e sem recursos até mesmo para a alimentação que também foi cortada, o grupo procurou o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Cargas e Passageiros de Campos dos Goytacazes, onde encontraram o primeiro apoio.

O presidente Roberto Virgílio e o advogado do Sindicato, Doutor Eraldo Gomes Duarte, buscaram e obtiveram o imediato aporte do Ministério Público do Trabalho (MPT), através do Procurador José Manoel Machado.

Um primeiro encontro com a presença do MPT, A.R.G./Civilport, TNL, Comissão formada por cinco caminhoneiros e o Sindicato, foram dados os primeiros passos para um entendimento.

Já no dia 8 de outubro, na sede do Sindicato, foi realizada uma reunião no Sindicato e neste as partes anunciaram um entendimento e a TNL se comprometeu a quitar as dívidas com o pagamento a cada um dos caminhoneiros a quantia de R$ 12 mil, no dia 14 (quarta-feira), às 14h, na sede da Entidade Sindical.

Mas o acordo em que todos assinaram, inclusive o representante da LLX, não foi cumprido e compareceram apenas os membros da Comissão e do Sindicato.

Desta forma novamente o MPT foi acionado, e este encaminhou o caso para o Juiz, que ainda irá apresentar seu parecer.

Enquanto isso, os caminhoneiros, que na maioria são moradores de outros Estados, aguardaram a decisão sem locais para dormir, sem alimentação e as condições devidas de seus caminhões para que ao menos possam buscar outro serviço.

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