O nome do “caos aéreo” é Dona Regina

Tijolaço


Dona Regina Rocha, cidadã brasileira finalmente, vai de avião ver as tias em Belém. Esse é o "caos aéreo" que apavora a elite

“Com ganho de R$ 800 mensais, a empregada doméstica Regina Rocha aproveitou a proximidade da Semana Santa e convenceu a patroa a lhe dar uns dias de folga para visitar as tias em Belém. Foi a primeira vez que a carioca viajou de avião na vida e que pôs os pés na capital paraense:


- Aproveitei uma promoção, peguei minhas economias e paguei R$ 400 pela passagem, incluindo ida e volta – diz ela, que embarcou do Galeão na última quinta-feira, acompanhada da mãe.

Regina faz parte de um novo universo de passageiros que eram excluídos das viagens de avião até pouco tempo atrás, os 95 milhões de brasileiros da chamada classe C. O fator decisivo para a inclusão dessa leva de consumidores foi o avanço do rendimento médio mensal, que em fevereiro atingiu R$ 1.540,30 – alta de 3,7% ante igual mês de 2010, segundo os últimos dados disponíveis do IBGE.”

Este trecho da matéria que O Globo publica hoje é o mais perfeito retrato do que foi escrito aqui na sexta-feira: o problema aéreo é aquilo que FHC quer esquecer: o povo .

O Brasil era um país no qual 30% das pessoas eram consumidores. A entrada de 30 milhões de pessoas na classe C criou, em pouco sete anos anos, um enorme acréscimo de demanda. Esse contingente representa, para que se tenha uma idéia, representa metade da população da França. Segundo o economista Marcelo Nery, da Fundação Getúlio Vargas, “a renda dos pobres cresceu 540% a mais do que a dos ricos. Isso aumentou o padrão de vida de mais da metade da população”.

Vamos ter de achar espaço nos aeroportos. Vamos ter de dar um jeito nisso, e vamos dar. Porque, se Deus quiser, D. Regina vai gostar da viagem e fazer outra, assim que puder.

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