Homofobia no esporte

Homofobia contra atleta faz Vôlei Futuro
acionar Justiça Desportiva

Central Michael foi ofendido pela torcida durante semifinal contra o Sada Cruzeiro
Do R7

Alexandre Arruda/CBVAlexandre Arruda/CBV
Michael (ao centro) se disse ofendido pela torcida do Cruzeiro: "Fiquei mal"


Disputadíssima dentro de quadra, a série semifinal entre Vôlei Futuro e Sada Cruzeiro ganhou um elemento extra quando a bola não estava em jogo. Após ofensas ao central Michael, homossexual assumido da equipe de Araçatuba, dirigentes do clube decidiram enviar um relatório com as ocorrências para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na tentativa de punir os mineiros.

O problema ocorreu na última sexta-feira (1º), em Contagem-MG, na primeira partida do playoff em formato melhor-de-três vencida pelos donos da casa por 3 a 2. Segundo o jogador, ele foi vítima de homofobia de uma parte da torcida rival, que, inclusive, teria feito coro de palavras como “bicha” e “gay”.

O Vôlei Futuro ainda acusa o Sada Cruzeiro de ter superlotado o ginásio e ter colocado para trabalhar na porta de seu vestiário “um segurança aparentemente alcoolizado”. Através de nota oficial distribuída pelo time, Michael comentou:

- Eu poderia ter jogado melhor se não tivesse passado por esse constrangimento e me senti julgado pelo lado pessoal e não pelo profissional que sou. Acho que este tipo de acontecimento não deve passar em branco, realmente me fez muito mal.

O Cruzeiro, por sua vez, se defendeu:

- Sobre a torcida, a equipe Sada Cruzeiro não incentiva e nem apoia atos considerados como preconceituosos. Ao contrário, sempre pede que todos sejam tratados com respeito. Após a partida, funcionários da equipe Sada Cruzeiro viram vários atletas do Vôlei Futuro, como Leandro Vissotto, Mário Jr. e Michael tirando fotos e dando autógrafos para os torcedores, em sua maioria crianças e mulheres, num clima comum a um jogo de vôlei. Nenhuma confusão.

Sobre a acusação de superlotação, o time mineiro alega que a diretoria do Vôlei Futuro foi muito bem acolhida e que, após receber reclamações de que algumas pessoas de pé estavam atrapalhando a visão da quadra, tentou mudar os responsáveis pela equipe paulista de lugar, mas eles não quiseram. O Sada ainda acrescentou que “empresa de segurança Anjos da Guarda é respeitada em sua área de atuação, presta serviços para o Sada Cruzeiro e para a própria CBV, atuando em jogos da Liga Mundial”.

O time ainda disse que acredita que as denúncias são “uma nítida manobra no sentido de intimidar a nossa equipe e nossa torcida no jogo da volta em Araçatuba, no próximo sábado (9)”:

- Adiantamos nesta oportunidade que a diretoria do Vôlei Futuro será responsabilizada e acionada nos competentes tribunais, caso haja algum ato de vandalismo contra a delegação do Sada Cruzeiro, em virtude do clima que se pretende criar com tais denúncias infundadas. Desde já cumpre-nos informar que o departamento jurídico do Sada Cruzeiro já está trabalhando no sentido de tomar as devidas providências.

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