Álvaro Dias : "PSDB foi obrigado a apoiar reeleição de Sarney"

Segundo o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), seu partido e aliados não "puderam" se manifestar contrários à reeleição de José Sarney (PMDB-AP) à presidência da Casa. "Se reagíssemos, ficaríamos protegidos do desgaste político, mas, mais à frente, não teríamos instrumentos para atuar, porque estaríamos afastados das comissões e da Mesa", disse.

O peemedebista foi eleito na presença dos 81 senadores. Destes, 70 votaram pela manutenção de Sarney na presidência da Casa e 8 optaram pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), único adversário do governista na disputa. Houve ainda um voto nulo e dois em branco.

"Se não participamos do entendimento, não mantemos nosso espaço", explica Álvaro Dias, para quem ainda é preciso explicar o posicionamento da oposição às bases eleitorais. Na avaliação dele, os votos do PSDB em favor de Sarney são "difíceis de serem compreendidos". "Mas esse é o jogo político daqui, fomos obrigados", completou, dizendo que "não tiveram outra saída".

O PSDB barganha a presidência da Comissão de Infraestrutura (CI) com a base governista. Reunido na tarde desta terça-feira (1), o partido quer outras duas comissões em troca da CI, além do comando da Ouvidoria, que deve ser criada pelo Senado neste ano. Álvaro Dias explica que essa comissão é almejada por envolver obras relacionadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Escândalos

Ex-presidente da República e ex-governador do Maranhão, Sarney ocupa a presidência do Senado pela quarta vez - 1995, 2003, 2009 e agora em 2011. O peemedebista já foi alvo de uma série de denúncias de irregularidades na gestão da Casa, entre elas de participação no caso dos atos administrativos não publicados - conhecidos como atos secretos.

Mas o PSDB também não escapa da suspeição. Na renovação da mesa diretora do Senado, os tucanos indicaram apara ocupar o cargo de primeiro-secretário o senador Cícero Lucena (PSDB-PB). Eleito em 2006, o senador tucano foi preso em julho de 2005, quando exercia a função de secretário de Planejamento da Paraíba, acusado de chefiar a quadrilha acusada de desviar verbas públicas e de fraudar licitações, desbaratada pela Operação Confraria, da Polícia Federal.

Como primeiro-secretário, ele será o responsável pela administração dos recursos da Casa, de cerca de R$ 3 bilhões, e pelos contratos milionários com fornecedores de mão de obra terceirizada e demais serviços e produtos.

Fontes: Terra Magazine e UOL

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