A lógica do TSE: dizer que o Brasil está um caos, pode; que estava um caos, não pode

Fernando Brito




Eu, como sou “das antigas”, tenho apreço por aquela regra lógica da transitividade, que diz que se a=b e b=c, então a=c. Ou o mesmo para melhor, pior, maior, menor.

Como estamos numa democracia, é livre (e legítimo) um partido político criticar a situação econômica do país.

O PSBD, por exemplo, veiculou comerciais onde uma atriz simula uma passageira de ônibus que tenta mostrar que os eleitores de Lula e Dilma não estão satisfeitos com o governo atual.

Claro que é propaganda eleitoral negativa.

Portanto, não se pode entender que o TSE entenda que, para fazer propaganda negativa de seus antecessores, o comercial do PT seja considerado uma transgressão à lei da propaganda gratuita.

E o mande tirar do ar.

A não ser que estivesse acontecendo uma impensável simbiose de simpatias entre o TSE e a oposição.

O PSDB se sente atingido, a mídia cria o clima de que é “propaganda eleitoral” indevida (se for, o outro não é?) e o TSE cassa a peça publicitária.

Mas, como já ficou evidente que aquela regrinha da transitividade não vale no TSE, então não pode ser isso.

Ficamos assim, então: a oposição pode criticar o governo e o partido do governo não pode criticar a oposição.

Viva a democracia!

PS. Particularmente, acho ótimo que o PT tenha de fazer outro comercial para colocar no lugar. Eu não gosto nada de propaganda negativa, embora esta, pela falta de qualquer crítica na mídia ao período santificado do beato Fernando Henrique Cardoso, quando o Brasil era uma maravilha, tenha sido um soco no estômago da hipocrisia.

Comentários

Mais Lidas

O que a mídia de celebridades faz com Anitta deveria ser crime

Guru de Marina disse que é preciso aumentar a carne e o leite

A parcialidade é o menor dos problemas da mídia golpista. Por Léo Mendes