Inflação zera e juro vai seguir em alta?

Tijolaço



A divulgação do IPC semanal da Fundação Getulio Vargas confirma aquilo que, à exceção dos que procuravam fazer terrorismo com a inflação: não havia um processo estrutural de inflação na economia brasileira.

O índice de 0,02% acumulado nas quatro semanas entre 22 de maio e 15 de junho mostra que não há perigo imediato de descontrole dos preços. Ao contrário, o risco para a economia brasileira é que a elevação dos juros, feita para desacerelá-la, acabe por estagná-la.

Até agora, a inércia do movimento de expansão trazida dos tempos em que o Governo atuou a favor do crescimento está prevalecendo. Mas agora, ao contrário de antes, não há folga para ampliar significativamente o investimento público diante de uma nova turbulência – para sermos otimistas – mundial.

A incerteza na recuperação da economia internacional e as baixas taxas de retorno de investimentos em todo o mundo  dão espaço para uma redução de nossas taxas de juros sem perdermos a atratividade para os investidores estrangeiros e sem, ao mesmo tempo, sacrificar aqui a produção e do consumo. Esta história de “ajuste prolongado” divulgada pelo BC é, já se disse aqui, o risco de jogar fora a criança do crescimento junto com a água do banho inflacionário.

Uma nova retração – nada impróvável – na crise externa, se nos pega aqui também numa retração, terá um efeito multiplicador difícil,, senão impossível – de controlar.

Navio que não tem vela para cortar as ondas altas, tem de recolher o pano e andar à deriva.

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