As estratégias óbvias da mídia

Nassif

As estratégias da velha mídia são tão óbvias, que matam qualquer sensação de desafio, do xadrez, de se ter a sensação de decifrar grandes jogadas, estratégias superiores.


Como dois e dois são quatro, confira o que está acontecendo:

1. Pesquisas de opinião informando que Bolívia, Venezuela, Cuba, FARCs são bobagens que não chegam a população. Mas o "mensalão", sim.

2. Montam-se as entrevistas com candidatos, com William Bonner enfatizando em todos os momentos a imagem do "mensalão do PT". Até mesmo para falar das alianças políticas de Serra. Pois foi com o PTB, que esteve envolvido... no "mensalão do PT".

3. O próximo lance será um dos três veículos do quadrado mágico levantar uma nova denúncia, requentar uma velha, quem sabe o julgamento pelo STF, qualquer coisa que permita trazer à baila o "mensalão". Em outros momentos diria que é a Veja. Mas seu grau de credibilidade é muito baixo. Hoje, talvez a Folha, que está entrando de cabeça em todas as frias, mesmo após o casos "ficha da Dilma" e "menino do MEP". Provavelmente o Estadão, que guardou o maior estoque de credibilidade entre os jornais.

4. Aí os jornais baterão na tecla, repercutindo a denúncia - com resultado próximo a zero. Mas permitirá à Globo repercutir no Jornal Nacional e na CBN, depois de ter reavivado a memória dos telespectadores com as perguntas colocadas nas entrevistas.

5. Plínio de Arruda Sampaio terá enorme oportunidade de mostrar uma candidatura independente - e crescer - se quando confrontado com a pergunta óbvia, mostrar que todos os partidos recorreram a isso, incluindo o PSDB - no episódio da votação da reeleição. Mas provavelmente os entrevistadores terão cautela, depois de alcançado o objetivo nas entrevistas anteriores.

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