A súbita preocupação da Globo com miseráveis

Miguel do Rosário


O Globo estampa na primeira página desta quinta-feira, com letras garrafais, que “número de brasileiros na extrema pobreza aumenta”.

No caderno de economia, a frase tem sabor de vitória adolescente: “sim, miséria aumentou”.

Por que este “sim”?

Os editores do Globo tornaram-se tão alucinados contra o governo, que perderam a noção do que seja a linguagem jornalística?

Aliás, por falar em linguagem, acho que faltou um artigo definido, um “a”, não?

Algumas frases teste:

Sim, lanchinho tá pronto, Merval.

Sim, mídia tá doidinha com a derrota nas urnas.

Sim, Miriam Leitão passou o dia eufórica porque descobriu um número ruim.

E aí você vê o próprio gráfico apresentado no jornal, e observa que a miséria saiu de 7,6% em 2004, segundo a fonte usada na matéria, para 4% em 2013.

O aumento de 0,4% de 2012 para 2013 está dentro da margem de erro, e não deve ser visto isoladamente. Nesse mesmo tempo, o desemprego caiu e os salários aumentaram.









A Folha também trouxe um gráfico, desde 1992, e aí a gente vê o seguinte.

Sim, miséria aumentou.

Sim, no governo FHC.

Segundo o Ipea, os tucanos pegaram o governo com 22,4 milhões de miseráveis, e o entregaram a Lula com 26,24 milhões, que foi o número de seu primeiro ano, 2003.

Lula reduz um bocado a miséria, Dilma ainda mais, e eis que, em 2013, temos 10,4 milhões de miseráveis.

Repetindo: tucanos aumentaram o número de miseráveis de 22 para 26 milhões. PT baixou de 26 para 10.

Sim, miséria aumentou.

Miséria de informação.



Comentários

Mais Lidas

O que a mídia de celebridades faz com Anitta deveria ser crime

Guru de Marina disse que é preciso aumentar a carne e o leite

A parcialidade é o menor dos problemas da mídia golpista. Por Léo Mendes