EI, GOLPISTAS, VÃO TOMAR...!

LULA MIRANDA no BRASIL 247




Como é possível ensinar as lições mais primárias, se não damos o exemplo; se não estabelecemos, para nós mesmos, os parâmetros e regras basilares de civilidade e humanidade; da ética?


Diante da insurreição inesperada de bestiais criaturas que se alevantaram das sombras, recorro à chamada "técnica do espelho", para assim mostrar a esses pobres subcidadãos a sua própria face dantesca. Faço-o, de bom grado e com boa intenção. Faço-o com o intuito, provavelmente vão. Não o de devolver-lhes o devido troco, com a mesma moeda podre corrente à qual já estão habituados em suas promíscuas relações de troca, mas, talvez, com a pretensão de lhes ensinar uma singela lição.

Utilizo-me aqui, nessa tribuna, com perdão e licença dos meus leitores habituais, aparentemente da mesma linguagem chula e grosseira proferidas por parte desprezível da nossa elite conservadora/rastaquera contra a presidente da República, no afã de que estes últimos se deem conta de quão rudes, inconsequentes e infames são em suas livres, impensadas e "espontâneas" manifestações.

Decerto – não me faço de purista ou puritano – trata-se de linguagem comum/usual nos estádios de futebol, nas torcidas organizadas, e nas querelas entre malandros e moleques boca-suja, nos já longínquos becos e baldios terrenos da nossa infância. Mas que hoje é também utilizada e entoada, repetidas vezes, em protestos e passeatas na Paulista, na cidade de São Paulo [sempre SP...], por "multidões" que chegam a reunir de um a cinco milheiros de "indignados" seletivos, seletos, boquirrotos. Como a população do País está em torno de 203 milhões de habitantes, com cerca de 142 milhões de eleitores aptos a votar, um, dois, cinco ou dez milheiros, convenhamos, não é lá muito representativo ou significativo desse universo. Mas...

Se eles desrespeitaram a instituição da Presidência, ou violentam o Estado Democrático de Direito, quando clamam por uma intervenção militar no País, eu, por outro lado, apesar do receio justificado de faltar com o respeito aos meus leitores, acho-me também no direito de utilizar dos mesmos impropérios e/ou linguagem infamante. Mas espero algum dia também ser perdoado, pois entendo ser por "uma boa causa": a de educar os "bárbaros", os intolerantes, os golpistas e demais "criaturas bestiais" por aí à solta em sua fúria insana.

Sim, porque é preciso que nos eduquemos todos; que aprendamos a controlar e calar os nossos instintos mais primevos; que aprendamos a respeitar as instituições, para além das lições de Educação Moral e Cívica [a famigerada EMC] que nos foram impostas por uma ditadura, amoral como são todas as ditaduras – e que aprendamos a respeitar não somente a Presidência da República, mas todas as instituições. Todas elas. É preciso dar o exemplo. Respeitar as leis; respeitar ao outro em sua dignidade e individualidade; fortalecer a legalidade e a legitimidade.

Eduquemo-nos todos! E não só as chamadas elites, mal educadas, que não medem a consequência dos seus atos. Todos nós.

Se não respeitamos a legalidade e ao outro, em sua humanidade autoridade, dignidade e singularidade, e não nos damos ao respeito, como esperar, por exemplo, que um jovem respeite os seus pais em casa ou os professores nas salas de aula?

Como esperar que um jovem, seja preto e carente morador da periferia ou quase branco ou quase preto, ou mesmo um filhinho de papai morador dos bairros mais "elegantes" e privilegiados das grandes cidades, tenha a exata noção de limites e parâmetros do que é certo e errado; do que é legal e ilegal; do que pode e do que não pode; do que é digno e do que é indigno?

Diante de tanto mau exemplo, como cobrar do outro a virtude?

Diante de tanta, tamanha e disseminada corrupção e desrespeito para com a coisa pública, e para com os homens públicos e as autoridades (confundindo e misturando, propositadamente, os bons e os maus), pois, sabemos, alguns desses homens públicos e autoridades de fato também não se dão ao respeito, como esperar que um jovem saiba e que tenha assimilado como um princípio fundamental, que a motocicleta "da hora", o carrão do bacana ou o sapato de marca custam dinheiro e que dinheiro custa ganhar; que as coisas são conquistadas mediante muito trabalho, esforço e mérito próprio?

Insisto: como é possível ensinar as lições mais primárias, se não damos o exemplo; se não estabelecemos, para nós mesmos, os parâmetros e regras basilares de civilidade e humanidade; da ética?

Que moral nós temos?

É preciso que nos unamos em torno de uma nova moral: universal, humanista, solidária; voltada para o bem comum e o respeito ao próximo.

Por isso esse meu brado aqui, antes que vire moda, antes que esse lema seja estampado em camisetas utilizadas em passeatas (ou em suas trincheiras no dia a dia) pelo pessoal dos sindicatos, dos movimentos sociais; pelos estudantes, pelos jovens das mais diversas tribos e demais "heróis da resistência".

Por isso, esse meu brado retumbante:

- Ei, golpistas, vão tomar vergonha na cara!

Mais respeito à presidente da República, às mulheres em geral, à democracia e à Constituição!





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