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O que é isto — o assustador manifesto contra a bandidolatria?
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Por Lenio Luiz Streck - Publicado no CONJUR Circula nas redes e foi divulgado pelos jornais ( aqui ) manifesto assinado por mais de 100 promotores gaúchos e dezenas de outros estados contra a “bandidolatria” e o “democídio” ( ler aqui ). Do manifesto se depreende que o direito está dominado por ideologias (sic) ensinadas e praticadas por professores, juízes e advogados garantistas e de esquerda.[ 1 ] Este é um debate antigo, pré-liberal e é requentado a todo o momento. O Ministério Público nacional é composto por milhares de membros e os que assinam o manifesto representam apenas 1% do número de membros do MP em todo o Brasil. Portanto, não deveria nem ser respondido. Mas, então, por que escrever sobre isso? Simples. Porque o manifesto vem assinado por agentes políticos do Estado que deveriam fazer o contrário do que estão pregando no documento. Explicarei isso, a seguir. Quando entrei no MP, em 1986, depois de fazer mais de 20 palestras a favor da
É hora de sair do Facebook e da internet?
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ANGUS HARRISON - no OUTRAS PALAVRAS Aos poucos, movimentos e pessoas cogitam deixar a rede, que parece reduzir-se a espaço de espionagem, entretenimento vulgar e mentiras. Mas haverá uma alternativa ético-política a esta atitude? Por Angus Harrison | Tradução: Inês Castilho É hora de proclamar: a internet deixou de ser divertida. Como todos os bons casos de amor, começou emocionante. Costumávamos ficar acordados até tarde e rir juntos. Agora, porém, apenas nos ajuda a discutir/brigar por mais tempo. Os longos verões ociosos de Albino Black Sheep [um site de animação interativo, famoso nos anos 2000] e Chris Crocker [um ator-celebridade na internet, nos EUA, a partir de 2007] transformaram-se num inverno sempre cinza de big data bilionários e torturas ao vivo. Vivemos sob espionagem, incapazes de concentração, não estamos presentes, não conseguimos dormir – não podemos sequer atravessar mais a rua. É a razão pela qual você não consegue terminar um livro e as lojas de depa
A receita para destruir um país
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Vladimir Safatle Há três formas de destruir um país. As duas primeiras são por meio da guerra e de catástrofes naturais. A terceira, a mais segura e certa de todas, é entregando seu país para economistas liberais amigos de operadores do sistema financeiro. Em todos os países onde eles aplicaram suas receitas de "austeridade", a recompensa foi a pobreza, a desigualdade e a precarização. Alguns países, como a Letônia, vendido por alguns como modelo de recuperação bem-sucedida, viu sua população diminuir em quase 10% em cinco anos, algo que apenas as guerras são capazes de fazer. Ou seja, o preço para essa peculiar noção de sucesso foi expulsar quase 10% da população para refazer suas vidas em outros países. No Brasil, não faltou economista a eleger, meses atrás, o Espírito Santo como um modelo de ajuste econômico e responsabilidade fiscal. O mesmo Espírito Santo que tem números piores do que média nacional (retração de 13,8% até o terceiro trimestre de 2016) e que há algu
Big Data: Toda democracia será manipulada?
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MIKAEL KROGERUS E HANNES GRASSEGGER – Publicado no Outras Palavras Bem-vindo à Psicometria — o método usado por empresas e políticos para traçar em detalhes seu perfil, a partir de “likes” no Facebook. Como ele elegeu Trump e ameaça reduzir as eleições a jogos de marketing Por Hannes Grassegger e Mikael Krogerus | Tradução: Inês Castilho No dia 9 de novembro, por volta das 8h30, Michal Kosinski acordou no Hotel Sunnehus em Zurique. O pesquisador de 34 anos estava ali para dar uma palestra no Instituto Federal Suíço de Tecnologia (ETH, na sigla em inglês) sobre os perigos do Big Data e da revolução digital. Kosinski fala sobre esse assunto regularmente, em todo o mundo. Ele é um especialista em psicometria, um sub-ramo da psicologia baseado em dados. Quando ligou a TV naquela manhã, contrariamente às previsões de todos os principais estatísticos, viu que a bomba explodira: Donald J. Trump fora eleito presidente dos Estados Unidos. Por um longo período, Kosinski assistiu
Sobre as evidências da tese do ressentimento da classe média
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Luís Felipe Miguel - Publicado no GGN por Luís Felipe Miguel, via facebook Na Folha de hoje, Celso Rocha de Barros critica a ideia de que um dos combustíveis para a mobilização contra Dilma foi o ressentimento da classe média - ressentimento ao ver os pobres chegando aos lugares que eram exclusividade sua, como os aeroportos ou o ensino superior. Ele ilustra com o livro de Jessé Souza sobre o golpe do ano passado, embora assinalando que a "tese do ressentimento da classe média" frequenta várias análises de intelectuais e ativistas progressistas. Mas, na "falta de evidência empírica sistemática", a tese seria apenas "autocondescendência da parte da esquerda". Parece que, para Barros, a única evidência empírica sistemática aceitável seria algum tipo de survey. Sem repisar aqui os limites dessa metodologia, cabe indicar que há, sim, evidência empírica suficiente para afirmar que aquilo que ele rotula como "ressentimento" - e eu prefiro chamar
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PAULO MOREIRA LEITE no BRASIL 247 Doria e a farsa completada Para quem imaginava que fantasias do marketing político de João Doria estariam limitadas ao período de campanha eleitoral, o que seria compreensível pelo baixo padrão instituído no sistema eleitoral em vigor no Brasil e na maioria dos países, o primeiro dia do mandato do novo prefeito de São Paulo encarregou-se de mostrar o contrário. Ao fantasiar-se de gari tentando fingir -- em companhia dos secretários -- que limpava uma praça que já fora varrida na véspera por funcionários de limpeza pública, Dória evoluiu em seu disfarce de personagem da sociedade do espetáculo. Depois de apresentar-se como não-político durante a campanha, deu um passo além e assumiu um trabalho como ator, profissional treinado para fingir ser o que não é. Com a roupa esverdeada, o prefeito ilustra uma cena que tanto ele como o eleitorado sabem que é pura ficção. Sequer tenta enganar. É falso de ponta a ponta. Não vamos nos iludir. Pelo c
O ano em que o capitalismo real mostrou a que veio
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JEROME ROOS no Outras Palavras Tudo que nós um dia deveríamos temer sobre o socialismo — desde repressão estatal e vigilância em massa até padrões de vida em queda — aconteceu diante de nossos olhos Por Jerome Roos, Roarmag | Tradução Gabriel Simões | Ilustração de Mirko Rastić Nós vivemos em um mundo de ponta-cabeça. Como recentemente colocou um meme amplamente compartilhado, “tudo que nós temíamos acerca do comunismo — que perderíamos nossas casas e economias e seríamos forçados a trabalhar eternamente por salários miseráveis, sem ter voz no sistema — aconteceu sob o capitalismo.” Longe de levar a uma maior liberdade política e econômica, como seus acólitos e a intelligentsia sempre alegaram que seria, o triunfo definitivo do projeto neoliberal se deu de mãos dadas com uma expansão dramática da vigilância e controle estatal. Há mais pessoas no sistema penitenciário dos Estados Unidos do que havia nos Gulags, no auge do terror stalinista. Os servidores da NSA agora podem ca
DE SANTOS E DE JUÍZES
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Mauro Santayana A estúpida invasão do Parlamento, com a tomada do plenário da Câmara dos Deputados por um bando de imbecis - que davam vivas ao Juiz Sérgio Moro e pediam uma “intervenção” militar - não é um absurdo isolado no crescente cerco à Democracia e às instituições nacionais. A cerrada pressão corporativa do Judiciário e do Ministério Público sobre deputados e senadores para consolidar o controle de um grupo de plutocratas sobre a República, o Legislativo e o Executivo, e, direta e indiretamente, sobre o eleitorado e os cidadãos comuns, representa uma outra face da ascensão de um fenômeno perverso, antidemocrático e fascista - a Antipolítica. Não interessa se o legislativo que aí está aprovou, majoritariamente, um golpe que tirou do poder um governo que, venhamos e convenhamos, havia se tornado de certa forma insustentável, por sua própria incapacidade em recusar uma agenda neoliberal recessiva - criada também para facilitar a sua derrocada - e de resistir a uma ca