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Mostrando postagens de outubro, 2013

Bolsa Família e a revolução silenciosa no Brasil

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Deborah Wetzel* no Valor Econômico Por décadas e até mesmo séculos, a desigualdade e a pobreza têm caminhado juntas no Brasil, resultado de modelos de crescimento não inclusivos e políticas sociais regressivas. Na segunda metade do século XX, o país esteve entre os de condições mais desiguais no mundo, razão pela qual economistas criaram expressões como "Belíndia - uma sociedade com a prosperidade do tamanho da pequena Bélgica cercado por um mar de pobreza indiana". Por muitos anos, os 60% mais miseráveis da população detinham apenas 4% da riqueza, enquanto os 20% mais abastados detinham em média 58% dela. Há dez anos, o presidente Lula iniciou o inovador Programa Bolsa Família, intensificando e administrando de maneira crucial iniciativas dispersas existentes sob um conceito simples, porém poderoso: confiar a famílias pobres transferências de pequenas quantias de dinheiro em troca de manter seus filhos na escola e com acompanhamento médico regular. O programa foi recepcionad

BRASIL CELEBRA HOJE DEZ ANOS DE BOLSA FAMÍLIA

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BRASIL 247 Hoje, 13,8 milhões de famílias recebem o Bolsa Família, o que representa 50 milhões de pessoas. Com o programa, 36 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza extrema; evento conta com as presenças de Dilma e Lula Da Agência Brasil Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e vários ministros participam hoje (30) de cerimônia em comemoração aos dez anos do Bolsa Família. Será às 11h no Museu da República. Vários ministros participam da solenidade, entre eles Guido Mantega, da Fazenda, Alexandre Padilha, da Saúde, e Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Também estarão presentes parlamentares e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, 13,8 milhões de famílias recebem o Bolsa Família, o que representa 50 milhões de pessoas. Com o programa, 36 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza extrema. Como parte das comemorações, será lançado às 16h, também no Museu da República, o livro Programa Bolsa Família - Uma Década de Inclu

Quem perde na guerra de Belo Monte

O debate sobre Belo Monte parece uma discussão sobre meio ambiente. Não é. A questão envolve nosso desenvolvimento e o bem-estar da população, em especial a mais humilde Paulo Moreira Leite Faça um teste de sinceridade: antes de seguir a leitura deste texto, desligue o computador por um minuto e, no escuro, tente adivinhar qual o tema em discussão. Quando você ligar de novo, irá descobrir que o assunto é a construção da Usina de Belo Monte. Há dois dias, a Justiça deu nova liminar que interrompe a construção da usina, planejada para ser a maior hidrelétrica em atividade no território nacional depois de Itaipu. O desembargador federal Antônio de Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF-1) acolheu denúncia do Ministério Público Federal, que afirma que não estão sendo cumpridas condições estabelecidas pelo Ibama. A decisão liminar de Souza Prudente determina a anulação da Licença de Instalação da usina. Não é o primeiro nem o último capítulo de uma guerra. Já e

Guru de Marina disse que é preciso aumentar a carne e o leite

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Paulo Moreira Leite Num momento em que a oposição faz o possível para transformar a economia no ponto central da campanha presidencial, convém prestar atenção no que dizem os pensadores que integram o círculo mais influente de Marina Silva, a não-candidata que modificou o quadro da disputa quando aderiu ao PSB de Eduardo Campos.  Há opiniões surpreendentes e até constrangedoras pelo conteúdo antipopular e pelo caráter elitista.  Apontado como o mais influente conselheiro econômico de Marina Silva, autorizado inclusive a dar entrevistas nessa condição, Eduardo Gianetti da Fonseca elaborou uma formula muito peculiar para executar o programa de desenvolvimento com sustentabilidade, talvez a meta mais associada a líder da Rede. Lembrando que o gado brasileiro responde por emissão de gases que geram grande quantidade de C02, Gianetti afirma que, para evitar novos desastres ambientais, preocupação central de Marina Silva, “o preço da carne vai ter de ser muito caro, o leite t

A lógica do samurai aplicada nas relações amorosas

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Fabio Hernandez Gosto da lógica do samurai: cada dia pode ser o último. Pego essa lógica e a transporto para o mundo amoroso. Acho que os que amam deveriam viver cada dia como se pudesse ser o último. Até porque, como tudo, um dia isso vai mesmo acontecer. Ou porque um dos dois vai se cansar do outro, ou porque ambos se cansarão do caso, ou por morte, ou pelo que for. Nada é para sempre. Li um livro com o estranho nome de Memento Mori. É de uma escritora escocesa chamada Muriel Spark. Memento mori, em latim, significa: lembre-se de que vai morrer. O romance gira em torno de um grupo de anciões ingleses. Uns deles recebem telefonemas anônimos em que é dito simplesmente: “Lembre-se de que você vai morrer”. Memento mori. Um velhinho, ou uma velhinha, diz que essa reflexão deveria ser feita diariamente por quem é jovem. Parece mórbido, mas é exatamente o oposto. Quanto mais se pensa na morte, quanto mais se medita sobre ela, menos aterrorizadora ela nos parece. Memento mo

Por que o apoio de atores da Globo às manifestações é visto com desconfiança

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Kiko Nogueira Mariana Ximenes Atores da Globo, uns mais conhecidos que outros, fizeram um vídeo chamado “Grito da Liberdade”. Convocavam para uma manifestação no dia 31 de outubro no Rio de Janeiro. Wagner Moura, Leandra Leal, Marcos Palmeira, Mariana Ximenes, entre outros, falaram, de maneira difusa, da violência policial. O vídeo foi postado aqui no DCM. Está em outros lugares. A reação não tem sido positiva. Por que duvidamos das intenções e do endosso desses artistas? Primeiro porque existe um certo cheiro de oportunismo. O apoio de uma celebridade pode fazer bem ou mal a uma causa. Se ele, ou ela, é atuante e tem um histórico ligado a determinado assunto, não provoca estranhamento. Quando Mariana Ximenes fala para o pessoal aparecer num protesto porque ele vai ser lúdico (tipo tomar tiro de bala de borracha?) e terá intervenções artísticas, dá uma complicada. Bono foi convidado a ser um dos rostos da campanha ONE, contra a miséria na África. A adequação era c

A culpa é sempre da mulher

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Ísis Valverde teria causado a separação do casal margarina. Será julgada, se meteu com um "homem comprometido". Mas quem deve fidelidade não é aquele que fez a promessa? Nádia Lapa Grazi e Cauã vendiam-se, literalmente,como um casal de propaganda de margarina Cauã Reymond e Grazi Massafera, atores da Globo, se separaram. Segundo boatos, "o pivô da separação" foi a também atriz Ísis Valverde. Nos comentários, lê-se que Ísis destruiu a santidade do casamento. Um casamento tão feliz, tão fofo, tão perfeito! E daí veio umazinha qualquer e acabou com tudo. Arruinou a linda história de amor, de príncipe e princesa, se oferecendo com o corpo irresistível ao pobre príncipe que não conseguiu enfrentar os encantos da periguete. Claro que estou sendo irônica, mas é só olhar a participação dos leitores no meu post  sobre o vazamento do vídeo íntimo em Goiânia.  Como o homem era casado, a moça que aparece no vídeo logo foi julgada: "quem mandou se met

Uma homenagem ao Paulinho Tapajós

Andanças na voz de Beth, que eternizou a música

O resultado do Ibope e o Brasil teimoso

O resultado do Ibope vai intensificar o alarido conservador que já ganhava contornos de uma operação de vida ou morte nos últimos meses. Saul Leblon   O resultado do Ibope desta 5ª feira vai intensificar o alarido conservador que já ganhava contornos de uma operação de vida ou morte nos últimos meses. A um ano do pleito, é cedo para quem pode comemorar a perspectiva de vitória incondicional no 1º turno, como mostram as pesquisas. Mas o cedo para a cautela é tarde para o desespero de quem uiva e ruge mas não avança. Patina. E vê a perspectiva da reeleição crescer  com consistência, sem dispor sequer de um nome definido para afrontá-la. Quanto mais de um projeto crível. A operação ‘vale tudo’, velha conhecida de outros pleitos, está de volta. Desta vez, com requintes de decibéis. Sintomático, em primeiro lugar, é que nenhum espaço seja poupado na arregimentação de um poder de fogo que parece não ter mais nada a perder. Tome-se o jornal Valor Econômico, uma sociedade entre os

O humor chapa branca de Danilo Gentili e assemelhados

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Paulo Nogueira Humor economicamente correto Falei já aqui do que é jornalismo chapa branca: é escrever tudo aquilo que os donos das companhias de mídia querem que você escreva. Você ataca as pessoas e as ideias das quais os barões da mídia não gostam. E é altamente positivo para os favoritos dos empresários jornalísticos, como Joaquim Barbosa e José Serra. Isto é o jornalismo chapa branca, na versão brasileira do novo milênio. Alguns jornalistas têm dificuldade extrema em reconhecer isso. Dias atrás, a jornalista Míriam Leitão disse que jamais escreveu ou disse qualquer coisa que não fosse ideia exclusivamente dela. Temos então um caso raro: o de uma absoluta, torrencial, intransponível coincidência de ideias entre os donos da Globo e Míriam Leitão. Eles não devem discordar sequer sobre a escalação da seleção brasileira. O fenômeno da “chapa-branca-que-não-parece-chapa-branca-mas-é” está presente também no humorismo brasileiro. Seus representantes se apresentam como “

Libra: vitória política completa. Econômica, um pouco menos que o possível

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Fernando Brito Politicamente, a vitória obtida pelo Brasil no leilão não poderia ter sido maior. A presença minoritária da Shell no consórcio da Petrobras jogou por terra todo o blá-blá-blá de que as regras eram inviáveis, que as empresas comerciais temiam a ingerência do governo, que a partilha era um modelo fadado ao fracasso. A outra empresa privada, a Total, é muito ligada ao governo francês, que tem participação acionária e já se esperava que pudesse entrar no consórcio por razões estratégicas de abastecimento. Mas não a Shell. Deixou de queixo caído todos os “mercadistas” que não entenderam que as americanas e inglesas caíram fora por conta da espionagem e a “dupla cidadania” da Shell – também holandesa – a deixou menos exposta ao escândalo. Nem a Miriam Leitão tem o que falar sobre isso, agora. Do ponto de vista do resultado econômico do leilão, todos viram que o representante do consóricio esperou até os últimos segundos para entregar aquele envelope. Claro, porqu

Lula publica mensagem sobre redes sociais

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Instituto Lula O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou hoje uma mensagem sobre a importância das redes sociais para a política. Leia a íntegra: Companheiro/a, Quero chamar sua atenção sobre a importância das mídias sociais. Todos sabemos que a internet está sendo cada vez mais utilizada pelas pessoas para conversar sobre política e se informar sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo. Nós temos que estar presentes também nesse espaço, explicando nosso projeto, mostrando os resultados concretos que alcançamos e ouvindo o que as pessoas têm a dizer. Não existe tema em que não tenhamos grandes avanços para mostrar. É nosso papel mostrar dados que não aparecem em outros lugares. Quem se informa e debate política pela internet precisa saber das histórias dos mais de um milhão de jovens filhos da classe trabalhadora que chegaram à universidade pelo Prouni; das 14 milhões de famílias pobres que antes eram abandonadas, e hoje podem ter uma vida mais

Folha tenta explicar fraude e se desmoraliza ainda mais

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Eduardo Guimarães No  post anterior , relatei fraude grosseira do jornal Folha de São Paulo em matéria que pretendeu vender ao seu leitorado – composto pela fina flor de um antipetismo de classe alta que hoje se vê atucanado por falta de opções mais à direita – que o governo Dilma estaria entregando unidades residenciais do Programa Minha Casa, Minha Vida, sem água e luz. A reportagem em questão pertence àquela categoria do jornalismo corporativo terceiro-mundista que, na eleição de 2010, tentou transformar uma bolinha de papel do tamanho de uma bolinha de pingue-pongue – atirada contra o então candidato José Serra em um comício – em um artefato de “um quilo” (segundo invenção do Jornal Nacional, formulada para ajudar o candidato do PSDB, que já caminhava para a derrota). Exacerbar ou inventar fatos negativos contra o grupo político que comanda o país tornou-se uma verdadeira obsessão para a grande mídia. Com redações cheias de jornalistas recém-formados que praticamente truc