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Mostrando postagens de janeiro, 2010

Os governos de esquerda e a “vacância da história”

Flávio Aguiar - Carta Maior   No Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, um dos temas debatidos foi a continuidade/sobrevivência dos governos progressistas na América Latina. Estamos diante de uma ofensiva generalizada no continente por parte das várias direitas, que compõem uma verdadeira orquestra sinfônica com temas, práticas e argumentações que funcionam como um verdadeiro “maestro” de suas ações, ainda que elas possam diferir no estilo e na intensidade. Do ponto de vista da linguagem que coroa/impulsiona essas ações, uma relativa novidade foi o uso, cada vez mais presente, da expressão “de facto” para caracterizar o governo golpista de Micheletti, em Honduras. “De facto” é uma expressão jurídica que se opõe a “de jure”. Essa última quer dizer “de direito”. A primeira quer se refere a “algo implementado na prática, mas não necessariamente com amparo legal”. A versão mais sofisticada, e ao mesmo tempo a mais grosseira, dessa nova “teoria do de facto”, foi apresentada por Al

A grande mídia unida contra a democracia

João Brant - Observatório do Direito à Comunicação Novae   Primeiro foram as críticas desqualificadoras da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Depois, os ataques contra as medidas do Programa Nacional de Direitos Humanos. Agora, os grandes jornais apontam suas armas para o texto-base da Conferência Nacional de Cultura. Em comum, propostas que visam algum grau de democratização da comunicação e veículos que não aceitam os princípios constitucionais e são contra a punição para violações de direitos humanos praticada pelos meios de comunicação. Os últimos dois meses foram agitados para os interessados na defesa da liberdade de expressão e do direito à comunicação. Leitores desavisados terão certeza de que a liberdade de expressão nunca esteve tão ameaçada. Segundo uma campanha do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), estão querendo soltar o monstro da censura. Para os mais tarimbados, fica ao menos a dúvida: que propostas justificam tamanho alvoro

Porque a pesquisa Vox Populi só foi divulgada na sexta-feira

Amigos do Presidente Lula   A pesquisa Vox Popoli / TV Bandeirantes, foi registrada no TSE para poder ser divulgada na segunda-feira, e chegou a ser anunciada que seria divulgada naquele dia. Mas só foi ao ar na sexta. Se a pesquisa fosse boa para Serra teria sido publicada na segunda, detalhada na terça, republicada na quarta, comentada na quinta e analisada na sexta, seria notícia nas revistas do fim de semana, etc... Mas a pesquisa foi devastadora para Serra, principalmente se comparando com a pesquisa anterior de Dezembro/2009, pois em apenas 1 mês: - A diferença entre os candidatos caiu de 22% para 7% - Dilma diminuiu 15% de diferença para Serra em apenas um mês - Dilma subiu 10% em apenas um mês - Serra caiu 5% Então a pesquisa foi muito ruim para Serra. Por isso ela ficou na geladeira, aguardando para ser publicada apenas na sexta-feira, quando as edições das revistas semanais já estavam fechadas, e não se fala mais nisso (lá nos canais do PIG). A escolha de sext

O processo de formação de opinião

Eduardo Guimarães   Todo esse esforço que tem sido visto de alguns meses para cá de alguns veículos de mídia demonstrarem isenção foi posto no lixo com a minimização ou até ocultação escandalosas que acabamos de ver contra a pesquisa Vox Populi sobre a sucessão presidencial. Fico pensando sobre essa teoria que embasa a decisão de Globo, Folha, Estadão, Veja e seus emuladores de fingirem que não notaram o resultado da pesquisa, resultado que produz a maior reviravolta no quadro sucessório desde que Dilma e Serra passaram a figurar como os principais candidatos a presidente. Ora, uma rede de televisão de cobertura nacional (ainda que de baixa audiência) divulgou a pesquisa. Pela internet, será reproduzida por centenas de blogs e sites e por dezenas de milhares de comentários de leitores, ainda que os grandes portais também tenham ocultado ou minimizado escandalosamente notícia política tão relevante. Mal acreditei hoje (sábado) ao passar os olhos pelos jornais dos grupos de mídia

Quem perde é a democracia

Venício Lima no Carta Maior   Nos últimos meses, ainda mais do que nas últimas décadas, temos assistido a uma crescente intolerância dos principais grupos de mídia – Estadão, Folha, Globo e Abril – e das associações por eles controladas – ANJ, ANER e ABERT – em relação ao debate sobre as comunicações no Brasil. Um dos princípios básicos da democracia é exatamente que qualquer tema pode e deve ser discutido pela cidadania. É assim, dizem os liberais, que se forma a opinião pública esclarecida, responsável, em última instância, pela escolha periódica e legítima dos dirigentes políticos do país. Na democracia praticada pela grande mídia brasileira, no entanto, as comunicações devem ser permanentemente excluídas desse debate. Qualquer pré-projeto, projeto, estudo, carta de intenções que se encontre em alguma gaveta de um ministério que inclua ou insinue o debate sobre a mídia será, automática e irreversivelmente, rotulado de “ameaça autoritária” e/ou “ataque à liberdade de express

Sérgio Guerra: babaca sim; privatista não, por favor! Direita mira no Chile, mas Lula não é Bachelet

O Escrevinhador Colunistas do partido da imprensa passaram uma semana a comemorar os resultados eleitorais no Chile. Lá, a presidenta Bachelet – com ampla aprovação popular - não conseguiu eleger o candidato da "Concertacion" (coligação de centro-esquerda), Eduardo Frei. Seria um sinal de que o mesmo pode se passar no Brasil, onde Lula – mesmo com alta aprovação – poderia ver sua candidata derrotada. Essa é a torcida dos colunistas a serviço de Serra. Foi o que martelaram na imprensa nos últimos dias. Acontece que Lula não é Bachelet. A presidenta chilena quase não participou da campanha de Frei. Só deu apoio ostensivo na última semana antes do segundo turno. Lula está em campo desde agora, e seguirá em campo ao lado de Dilma. Já escrevi aqui que a tática de Serra e dos tucanos é não polemizar com Lula. Por isso Serra quer fazer campanha só a partir de março. Assim, ele não vai brigar com Lula, mas com Dilma. É a única saída possivel para Serra e os tucanos. Mas fa

"Nós vamos acabar com o PAC" diz Sérgio Guerra - Presidente do PSDB.

Amigos do Presidente LULA   José Serra, deve estar se revirando na Cripta do Vampiros...A entrevista é um sinal de que o PSDB realmente está sem discurso, e sem norte, e sinceramente, José Serra,não gostou de ler a entrevista do amigo e coordenador de campanha, Sérgio Guerra..Foi um tiro nos dois pés. O governador de São Paulo, já se considera eleito. Para expor suas idéias, escalou o coordenador de sua campanha para anunciar que vai acabar com o PAC e a Petrobras."Nós vamos acabar com o PAC" disse Sérgio Guerra - Presidente do PSDB, para a revista Veja dessa semana." O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, diz que Lula faz política com as "mãos sujas" e que haverá mudanças na economia caso os tucanos elejam o próximo presidente...""Iremos mexer na taxa de juros, no câmbio e nas metas de inflação".... Arrocho nos brasileiros... Espero que a sociedade nos compreenda. Será necessário fazer um rigoroso ajuste das contas públicas, disse Guerr

A longa despedida da ditadura

Blog do Leandro Fortes Ainda não surgiu, infelizmente, um ministro da Defesa capaz de tomar para si a única e urgente responsabilidade do titular da pasta sobre as forças armadas brasileiras: desconectar uma dúzia de gerações de militares, sobretudo as mais novas, da história da ditadura militar brasileira. A omissão de sucessivos governos civis, de José Sarney a Luiz Inácio Lula da Silva, em relação à formação dos militares brasileiros tem garantido a perpetuação, quase intacta, da doutrina de segurança nacional dentro dos quartéis nacionais, de forma que é possível notar uma triste sintonia de discurso – anticomunista, reacionário e conservador – do tenente ao general, obrigados, sabe-se lá por que, a defender o indefensável. Trata-se de uma lógica histórica perversa que se alimenta de factóides e interpretações de má fé, como essa de que, ao instituir uma Comissão Nacional da Verdade, o governo pretende rever a Lei de Anistia, de 1979. Essa Lei de Anistia, sobre a qual derramam

São todos Bóris Casoys

Por Eduardo Guimarães Na noite de sexta-feira, o âncora de um telejornal da TV Bandeirantes, Bóris Casoy, teve que apresentar pedido de desculpas por comentário ofensivo que fez a dois varredores de rua (garis) durante a apresentação de reportagem da emissora da família Saad em que estes trabalhadores desejavam boas festas ao público. O jornalista teve que pedir desculpas aos telespectadores e aos garis porque não se deu conta de que o áudio estava ligado durante o intervalo comercial, enquanto ele fazia um comentário absurdo sobre os garis, ridicularizando a profissão deles e desdenhando de seus votos de bom Ano Novo. Conheci Bóris Casoy pessoalmente faz cerca de nove anos. Foi num evento promovido pela Folha de São Paulo em comemoração aos 80 anos do jornal. O então ombudsman da Folha, Bernardo Ajzemberg, foi quem me convidou. Eu era um dos leitores mais publicados na seção de cartas daquele veículo. Até então, jamais tinha visto um político na frente, apesar de todos os dias

São Paulo é tão bom que nem parece o Brasil

Por Luiz Carlos Azenha   Na enxurrada de comerciais de campanha que aparecem na televisão, todos ainda de propaganda indireta -- sejam os favoráveis à ministra Dilma, sejam os favoráveis ao governador Serra --, um me chamou especialmente a atenção. É de uma senhora que, dentro de um automóvel, confunde a Itália com Itatiba, no interior de São Paulo. Pelo que mostra o anúncio, a família viaja pela rodovia Dom Pedro I em direção a Itatiba. Vamos atribuir à licença criativa dos publicitários a ideia esdrúxula de que uma mulher não saiba distinguir entre o Brasil e a Itália. Bebeu? Ou mulher é assim mesmo, nem sabe onde anda? Ou mulher idosa é assim mesmo, vive em outro planeta? Temos embutidos aí dois preconceitos -- contra as mulheres e os idosos -- ou vai ver que as estradas do governo paulista são encantadas e provocam distúrbios mentais. Nem é preciso dizer que a viagem completa pela rodovia, de Jacareí a Campinas, 145 quilômetros, custa ao usuário 16 reais em pedágios (que, o

Boris Casoy, o filho do Brasil

Paulo Ghiraldelli   Uma parte da nossa esquerda política imagina que os ricos não são brasileiros. Pensam que eles ainda são os filhos de uma elite que estudou na Europa e que, se o Brasil for mal, irá embora daqui. Imagina que são pessoas completamente por fora da vida cotidiana do Brasil. Essa visão da esquerda pouco ajuda. Enquanto não entendermos que um homem de direita como Boris Casoy é tão “filho do Brasil” quanto Lula, não vamos descrever o Brasil de um modo útil para os nossos propósitos de melhorá-lo. Creio que o vídeo que mostra Boris ridicularizando de maneira odiosa os garis  , com o qual iniciamos o ano, deveria valer de uma vez por todas para compreendermos algo que, não raro, há vozes que querem negar: “o ódio de classe” permanece entre nós – sim, nós os brasileiros. Deveríamos levar em conta isso, sem medo, ao descrever o Brasil. Quando Ciro Gomes, ao comentar algumas reações às políticas sociais, então vindas de determinados grupos da imprensa, disse que tal coi

Isso é uma vergonha

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Uma vergonha mas não é novidade para ninguém. O Casoy e Joelmir lamentam estarem recebendo felicitações de um Feliz Ano Novo vindo de dois "lixeiros" do "alto de suas vassouras". Como ousam esses dois legítimos representantes do mais baixo nível da escala de trabalho desejarem alguma felicidade para alguém? Para mim, o Boris simplesmente encerrou o Ano como o representante da elite brasileira e porta voz de todas as suas frustrações de ter que testemunhar um analfabeto fazer o melhor governo que esse país já viu. Enquanto  o presidente Lula reúne todos os anos catadores de lixo para uma confraternização, nossa elite não suporta ver pobres nem pela tela do televisor. Abaixo, o vídeo mostrando como é nossa elite sem maquiagens: